Estudar Português para o Enem e para o vestibular envolve uma série de conteúdos gramaticais diante da própria riqueza da língua. Entre os principais tópicos, incluem-se os fonemas, a formação e a classificação de palavras e, ainda, a organização delas na frase. É assim que conseguimos nos comunicar.
É a sintaxe a parte da gramática que de dedica a estudar o papel que cada palavra (ou expressão) exerce na frase e como elas se relacionam entre si. Um desses papéis é o de complemento nominal, que estudaremos mais a fundo neste post.
Por exemplo, se você ouve a pergunta “tem disposição?”, logo retornaria: “para quê?”. O termo que responde a essa pergunta é o complemento do substantivo disposição: “para o trabalho” seria uma resposta adequada.
Continue a leitura e veja dicas e informações para entender melhor essa relação e obter um melhor desempenho na prova do Enem!
O que é complemento nominal?
O complemento nominal se insere nos chamados termos integrantes da oração, ao lado dos complementos verbais (objeto direto e objeto indireto) e do agente da passiva. Atente à classe gramatical a que se refere o complemento: verbo ou nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). É sobre este último que estamos falando, certo?
Vejamos alguns exemplos:
- Não tenha ódio ao próximo. Ódio é substantivo e pede complemento: ódio a quê?
- Estou contente com a sorte. Contente é adjetivo e pede complemento: contente com quê?
- Ele tem restrições relativamente a mim. Relativamente é advérbio e pede complemento: relativamente a quem ou a quê?
É fundamental que você se preocupe em evitar erros de Português nos exames, mas, mais importante ainda, é levar esse conhecimento para a vida. Afinal, é essa a língua que você usa para se comunicar! Então, nada mais lógico do que conhecer seu funcionamento, concorda?
Como o complemento nominal difere do adjunto adnominal?
É muito fácil confundir, devido à semelhança entre os nomes e à posição que ocupam na frase, o adjunto adnominal e o complemento nominal. Vamos esclarecer essa dúvida!
O complemento, como você viu, é um termo exigido por um nome para complementar seu sentido. Sem ele, não é possível produzir significado para a frase. Outra dica para diferenciar os dois é que o complemento nominal representa o alvo da declaração expressa pelo nome e, obrigatoriamente, vem precedido de preposição.
Já o adjunto adnominal, apesar de também aparecer ao lado de substantivos, exerce outro papel sintático: ele apenas acompanha o nome, isto é, não é obrigatório. O adjunto caracteriza o substantivo e pode ser expresso por adjetivo, artigo, pronome, numeral ou locução adjetiva (e é neste ponto que ocorre a confusão com o complemento nominal). Porém, o adjunto adnominal representa o agente da ação.
Vamos aos exemplos?
- adjunto adnominal — o discurso do presidente (o presidente é o agente do discurso);
- complemento nominal — a condenação da violência (a violência é o alvo da condenação).
Atenção: em ambos os casos, é preciso ficar atento à concordância nominal e verbal. Se o adjunto ou o complemento estiver no plural, mas o núcleo do sujeito estiver no singular, o verbo fica no singular também:
- A remessa de cartas foi extinta; hoje se usam e-mails.
Nessa frase, o termo de cartas é complemento do substantivo remessa e é alvo da ação (as cartas são remetidas). Note que o verbo e o adjetivo ficam no singular e no feminino, concordando com o núcleo remessa.
Como o tema é cobrado no Enem?
Em provas mais antigas, a sintaxe era cobrada de forma mais direta. Veja uma questão de vestibular com complemento nominal:
(UFMG 2015) Assinale a alternativa em que o termo sublinhado foi classificado corretamente nos parênteses.
a) Somos manipulados por propagandas? (AGENTE DA PASSIVA)
b) Pergunto-me qual seria o grande trunfo de viver dessa maneira. (COMPLEMENTO NOMINAL)
c) Vi, durante os três últimos anos, amigos […] (OBJETO INDIRETO)
d) As algemas atadas são falsamente libertadas […] (PREDICADO VERBO-NOMINAL)
Resposta correta: letra a.
Já hoje em dia, nas questões de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias do Enem, o complemento nominal não é mais cobrado em forma de identificação ou análise sintática.
Espera-se que o aluno tenha domínio da norma culta na hora de escrever seu texto. Ou seja, para ser um estudante nota 1000 na redação, você precisa saber utilizar a língua mais do que decorar nomes e funções sintáticas.
Também é preciso saber estabelecer relações de coesão e coerência em textos de gêneros diversos para responder às questões fechadas. Obviamente, conhecer a fundo a estrutura da língua ajuda na hora da interpretação.
Como estudar o assunto para o Enem?
Você sabe que precisa organizar os conteúdos do Enem para estudar e ter sucesso nessa prova, se quiser ingressar na faculdade. A prova de português no Enem não costuma cobrar conceitos sintáticos de forma explícita: não pede identificação nem classificação de termos. Porém, conhecê-los é fundamental para auxiliar na interpretação de textos e para evitar erros de redação.
Uma boa maneira de se aprofundar no estudo da língua é por meio da prática. Ler livros prestando bastante atenção à forma como o autor constrói os períodos e assistir a filmes e séries com legenda são opções que garantem diversão ao mesmo tempo em que você continua de antenas ligadas na matéria.
Além de melhorar a escrita, você adquire conhecimento e coloca mais argumentos na sua bagagem cultural para usar na hora da redação. Dessa forma, seu momento de lazer não deixa de ser uma experiência de aprendizado, concorda?
Para treinar
Identifique o complemento nominal e o termo a que ele se relaciona nas seguintes frases:
a) Estamos ansiosos pelos resultados.
b) Todos se atropelavam na disputa dos papéis.
c) Tem gente que é predestinada à dor.
Gabarito: a) “pelos resultados” complementa o adjetivo “ansiosos”; b) “dos papéis” complementa o substantivo “disputa”; c) “à dor” complementa o adjetivo “predestinada”.
Não pare por aqui!
Agora que você já entendeu o que é complemento nominal e viu como pode ser cobrado nas provas, continue estudando para compreender cada vez mais as nuances e os detalhes da norma culta da nossa língua!
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