Você já deve ter notado que alguns fatos e comportamentos costumam se repetir na História ou se relacionar de alguma forma com os assuntos atuais. Se a sua intenção é prestar o Exame Nacional do Ensino Médio ou o vestibular para entrar nas principais faculdades do país, inclua a Revolta da Vacina no seu plano de estudos!
O tema tem potencial para cair em questões de Humanas, mas também de Linguagens, Biológicas e Exatas, na parte de patologias e envolvendo cálculos de porcentagem, por exemplo. Além do mais, pode estar em atualidades no Enem.
Quer entender por que a Revolta da Vacina segue tão atual? Continue sua leitura para saber as principais informações e descobrir os motivos do movimento!
O que foi a Revolta da Vacina?
Entenda o contexto histórico do evento: ele aconteceu em novembro de 1904 no Rio de Janeiro, então capital da República. A população da cidade crescia intensamente com a industrialização acontecendo e a chegada de imigrantes europeus e ex-escravos a esse grande centro urbano. (Falando nisso, dê uma olhada no post sobre escravidão no Brasil).
As pessoas se acumulavam em moradias comunitárias e cortiços já amontoados de gente enquanto as ruas da cidade maravilhosa não eram tão maravilhosas assim. Estavam cheias de sujeira, lixo e ratos. O cenário era propício à disseminação rápida da peste bubônica, da febre amarela e da varíola, e os surtos dessas doenças de fato aconteciam.
A solução encontrada
Nem toda resposta resolve o problema. Há, inclusive, aquelas que o pioram e esse foi o caso — pelo menos em um primeiro momento. O então presidente da República Rodrigues Alves nomeou Pereira Passos como prefeito do Rio de Janeiro e encarregou Oswaldo Cruz de cuidar da área da saúde.
Passos resolveu modernizar a cidade seguindo o estilo europeu. Assim, criou praças, estrutura de saneamento básico, ampliou a largura das ruas e adaptou o espaço para o tráfego de automóveis. O governo chegou até a remunerar a população por rato entregue às autoridades. Loucura, não é mesmo?
As causas do evento
A reforma urbanística não foi exatamente pacífica: as pessoas eram retiradas de suas casas para o projeto ser cumprido. Os planos de higienização contaram com a ajuda do Congresso para serem colocados em prática, pois os políticos aprovaram a vacinação compulsória contra a varíola.
Então, além do risco de expulsão da própria residência, os cidadãos ainda podiam ter sua moradia invadida e serem vacinados à força. Dá para imaginar que a resposta do povo foi tão “pacífica” quanto as medidas adotadas pelo governo, certo?
Como foi esse conflito?
Veja bem: na época os populares sabiam pouco ou nada sobre a vacina. Muitos não gostavam da ideia das mulheres “mostrando suas partes” aos agentes de saúde. Havia, até mesmo, a crença de que quem fosse vacinado adquiriria feições de vaca, pois o antídoto presente na vacina foi descoberto a partir de fluidos biológicos do animal.
Se você acha que só os ignorantes pensavam assim, Ruy Barbosa, um dos maiores intelectuais da época, era contra o método. Então, começou o rebuliço com a população indo para a rua protestar quando a imprensa divulgou as notícias das medidas do governo.
Caso perguntem sobre o fim da Revolta da Vacina no Enem, tenha em mente que os conflitos foram violentos, com direito a bondinhos e edifícios depredados, tumulto generalizado e dura repressão policial. Os militares aproveitaram a raiva dos cidadãos contra as autoridades públicas para tentar — sem sucesso —dar um golpe no governo.
O caos acabou com a proclamação do estado de sítio e a derrubada, em 16 de novembro de 1904, da lei que havia tornado a vacinação obrigatória. A contagem foi de 30 mortos e mais de 1.500 pessoas feridas, presas na Ilha das Cobras ou deportadas para o Acre. Intenso, não é?
Como esse tema costuma cair no Enem?
Depois de fazer a sua inscrição para o vestibular, tão essencial quanto entender o que é a Revolta da Vacina é ver como os acontecimentos daquela época se relacionam a eventos de hoje em dia. Siga na leitura para saber mais sobre a importância desse movimento. O Trilha do Enem pode complementar as nossas dicas, inclusive.
Atualidades
Primeiramente, 2020 é um ano marcado pela corrida por uma vacina para combater a pandemia da Covid-19. A OMS (Organização Mundial da Saúde) já listou mais de 130 estudos desenvolvidos com essa finalidade. Ironicamente, ganha destaque na mídia a resistência das pessoas a esse método de evitar doenças enquanto os cientistas trabalham tanto.
Sabia que as fake news sobre vacinas enganam 7 a cada 10 brasileiros? Entre as consequências estão a volta de doenças consideradas erradicadas no Brasil, tal como aconteceu com o sarampo em 2018.
Redação
A Revolta da Vacina no vestibular e no Enem também é um tema interessante para testar sua habilidade de desenvolver de forma clara, ordenada e bem-escrita o raciocínio lógico sobre o assunto. Se tiver dificuldade de traçar um paralelo com o contexto atual, invista em um curso de redação online para te ajudar na hora da prova.
O tópico é ainda mais relevante justamente por causa das fake news, tão em alta na mídia. Vale destacar que, com a possível chegada das eleições presidenciais americanas, as notícias falsas ganham ainda mais espaço nos principais veículos de comunicação.
Demais áreas e suas tecnologias
Talvez você encontre questões sobre a Revolta da Vacina no Enem na seção de Linguagens, códigos e suas Tecnologias exigindo interpretação de texto. Lima Barreto foi um importante escritor brasileiro a tratar do tema em suas obras.
A matéria tem potencial para cair na parte de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, porque a varíola é uma doença transmitida por um vírus e o aluno geralmente estuda patologias como o sarampo e a febre amarela no ensino médio. Não se surpreenda caso seja feita alguma comparação na área entre a peste bubônica e a pandemia do coronavírus.
A Revolta da Vacina obviamente pode estar na seção de História no Enem em perguntas como esta e em outras disciplinas de Humanas por causa do processo de urbanização daquela época. As pessoas expulsas de suas casas foram morar nos morros, e você sabe quantos problemas sociais e habitacionais quem reside nesses locais enfrenta.
Por fim, o tema talvez caia em Matemática e suas Tecnologias envolvendo cálculos de porcentagem ou progressão geométrica de vírus. Comece a se preparar com antecedência e aposte em conteúdos para ficar a par da atualidade do assunto. Aliás, o documentário “Pandemia” está disponível na Netflix e é uma boa pedida para complementar os estudos, trazendo uma visão atual do movimento antivacina.
A Revolta da Vacina aconteceu há mais de 100 anos e, mesmo assim, continua sendo um tema atual, seja pela sua relação com assuntos em destaque hoje na mídia ou por causa de implicações como a formação das comunidades nos morros dos centros urbanos.
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