O que é a misoginia e como pode cair no Enem?

punho cerrado representando misoginia

Enquanto você prepara seu plano de estudos para o Enem, deve estar se perguntando como ter tempo de revisar todas as matérias e ainda reservar um espaço para se inteirar das atualidades. Acontece que, em relação aos temas de conhecimentos gerais, muitos deles podem aparecer até em meio às questões de Ciências da Natureza ou de Matemática — como é o caso da misoginia e outros problemas que afetam a sociedade há tempos.

Neste artigo, vamos focar justamente esse assunto, a fim de que você aprenda não só o conceito de misoginia, mas também como ela pode ser explorada no Enem. Vamos lá?

O que é misoginia?

O termo misoginia vem do Grego, e significa, ódio (miseó) à mulher (gyné). Sim, é isso mesmo que você leu! Esse tipo de sexismo é uma visão que inferioriza qualquer forma de manifestação ou característica feminina, com desprezo, preconceito e violência.

Pesado, não é mesmo? Essa repulsa pelo sexo feminino, inclusive, não é recente. Ela se manifesta ao longo dos tempos, principalmente nas sociedades patriarcais — ou seja, dominadas por homens predominantemente brancos e heterossexuais.

E o machismo? Você deve estar se perguntando. Não seria a mesma coisa? A resposta é não, já que ele é uma espécie de comportamento naturalizado, que vai contra os aspectos culturais e ideológicos de uma sociedade justa. A misoginia é mais agressiva, manifestada de diversas maneiras, desde “piadas” e pornografia até violência física e psicológica contra as mulheres.

É interessante destacar que esse ódio é direcionado por razões específicas, sendo a principal o fato de determinada mulher não se comportar ou pensar como um misógino espera — são crenças relacionadas à suposta inferioridade feminina e à submissão.

Uma mulher, aos olhos desse tipo de pessoa, deve apenas ser uma mãe e esposa amorosa, por exemplo, sexualmente disponível e que nunca questiona as atitudes de um homem. Certamente você sabe do que estamos falando.

Sobre o assunto, ainda é importante saber que também existe a misandria, uma espécie de oposto da misoginia. Logo, seria o ódio ao homem e a tudo o que se relaciona ao universo masculino.

Contudo, apesar de igualmente errado, esse comportamento é mais reacionário — e muitas vezes é erroneamente confundido com o feminismo, que é a busca pela equidade de gêneros — e não à supremacia da mulher. Ou seja, a misandria pode ser uma reação extrema à opressão que a mulher já sofreu e sofre até hoje, na maioria das vezes acompanhada de algo muito preocupante: o medo.

Como esse tema pode ser explorado no Enem?

E aí, como esse tema delicado pode aparecer nas páginas das provas do Enem e do vestibular? Uma pista foi dada quando citamos a diferença entre misoginia e machismo.

Ela é perigosa, pois incita a violência, e essa descarga de ódio, rancor e ressentimento se mistura às válvulas de escape criminosas, como é o caso do estupro e do feminicídio. A seguir, a gente explica melhor as possibilidades de abordagem desse assunto no Enem!

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Biologia, Química e Física. Essas são as principais matérias dessa fase da prova e a misoginia tem sim grandes chances de aparecer nas questões. Uma possibilidade é a conexão entre o preconceito de gênero e o modelo do sexo único, biologicamente falando, por exemplo.

Afinal de contas, muitos misóginos utilizam justamente de tais argumentos “científicos” para explicar seu comportamento, colocando a misoginia no nível da natureza. É aquela velha história de que só existem homem e mulher, e de que o macho é mais forte que a fêmea.

Matemática e suas Tecnologias

Você sabia que 53% das mulheres brasileiras entre 14 e 21 anos vivem diariamente com medo de serem assediadas de alguma forma? Em um estudo que analisou 75 países, o Programa de Desenvolvimento da ONU identificou que 90% da população mundial apresenta algum tipo de preconceito contra mulheres.

Tour pela prova do Enem

Dados recentes ainda mostram que houve um crescimento de 7,3% nos casos de feminicídios em território brasileiro. Somado a isso, em meio à pandemia do novo coronavírus, tivemos um aumento de 35% nas denúncias de violência contra a mulher.

Essas estatísticas são um prato cheio para a área de Exatas do Enem, já que tais informações podem ser tratadas em questões de cálculos de porcentagem, de probabilidade e, até mesmo, de progressão geométrica, envolvendo principalmente violência doméstica e abusos.

Ciências Humanas e suas Tecnologias

Mudando de caderno, temos agora as disciplinas de Geografia, História, Filosofia e Sociologia. Aqui, a misoginia pode ser tratada intrinsecamente, a partir de comparações com comportamentos misóginos desde a Idade Média, por exemplo.

Isso porque esse menosprezo ao gênero feminino atravessa a história da humanidade, com registros que vão desde a Grécia Antiga — uma cultura riquíssima, porém misógina, que ajudou a estruturar nossas sociedades ocidentais e patriarcais.

Vamos a um exemplo histórico prático, que também envolve Filosofia e Sociologia no Enem? Aristóteles afirmava (pasme!) que as mulheres eram homens imperfeitos, por isso, deveriam se sujeitar a eles, já que eram seres inferiores.

Esse pensamento, mesmo que levantado no intuito de desconstrução, ainda é polêmico nos dias de hoje. Algo que gerou muita confusão em 2015 foi uma questão da prova de Ciências Humanas, que trouxe uma célebre frase de Simone de Beauvoir: “não se nasce mulher, torna-se mulher”.

O movimento feminista comemorou essa menção em uma prova de tamanha relevância, ao passo que alguns grupos criticaram a presença da citação. Na época, uma parte da bancada mais conservadora no Congresso chegou até a acusar o Ministério da Educação (MEC) de doutrinação.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Se você acha que as possibilidades de explorar a misoginia no Enem se esgotaram, é porque estava se esquecendo de uma habilidade essencial: a interpretação de texto. Junto a ela, o tema pode ser abordado dentro das Literaturas, da Língua Portuguesa ou Estrangeira (Inglês e Espanhol), das Artes, da Educação Física e, até mesmo, das Tecnologias da Informação e Comunicação.

Algumas questões costumam trazer a análise de discurso, que estuda como certos termos pejorativos em relação às mulheres são utilizados, por exemplo. Isso é algo muito comum na ligação entre política e misoginia, já que a mulher que ocupa cargos públicos é sempre caracterizada de modo diferente ao do homem.

Em diversas notícias e outros canais de circulação de ideias, Hillary Clinton “gritava” em vez de “falar” e Dilma Rousseff estava sempre “mal-humorada” e não apenas “séria”. Uma deputada norte-americana recém-eleita, Alexandria Ocasio-Cortez, também é um exemplo de vítima da misoginia. Desacreditada de sua capacidade pela sexualização, é vista como uma “fraude” — enquanto um político eleito da mesma idade (Paul Ryan) foi descrito como “gênio”.

Redação

O ano de 2015 para o Enem foi realmente um marco no combate à misoginia. Isso porque o tema da redação foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Afinal, se o assunto já foi abordado, será que ele pode aparecer de novo? Sim!

Essa questão ainda é uma pauta constante na mídia e na realidade brasileira. Por isso, não se engane, essa temática pode muito bem aparecer de outras formas. O vínculo entre machismo, misoginia e pandemia da Covid-19, como citamos, é grande uma possibilidade, já que se trata de um problema atual — e, como você sabe, é crucial estar a par das atualidades no Enem.

Qual é a importância da rotina de leituras?

Quando você estiver organizando seu cronograma de quantas horas estudar por dia, não deixe de dedicar um tempo à leitura. Como deu para perceber, sem essa atualização constante do que acontece no Brasil e no mundo, suas notas podem ser comprometidas até mesmo em questões de Ciências Exatas ou da Natureza.

Além das leituras incluídas na rotina, você deve treinar com exercícios e simulados para se familiarizar com a estrutura da prova e com o tipo de enfoque dos temas. Provavelmente, você vai conseguir encontrar mais exemplos de abordagem da misoginia em provas anteriores do Enem! Uma última dica nossa é o Trilha do Enem, que prepara um roteiro personalizado dos seus estudos.

Aliás, você sabe como organizar os seus estudos para o Enem? Aproveite e baixe gratuitamente a nossa planilha!

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