Intertextualidade: como estudar essa matéria?

estudante de intertextualidade

Intertextualidade diz respeito à relação entre dois textos. Porém, quando falamos sobre textos, podemos ir além e acrescentar “diferentes linguagens” a esse conceito. Isso porque a intertextualidade está presente em, praticamente, todas as áreas artísticas, literárias e acadêmicas ― formal e informalmente.

Nesse sentido, a intertextualidade faz do Enem uma prova das mais ricas, já que é utilizada não apenas nas questões de Língua Portuguesa, mas, também, como forma de conexão interpretativa na avaliação de outras competências.

Por esse motivo, estudar a intertextualidade permite que você amplie sua visão acerca dos diferentes assuntos abordados nos exames e consiga desenvolver um raciocínio mais abrangente a partir da percepção desse fenômeno.

Então, para que você entenda de vez como a intertextualidade cai no vestibular, criamos este artigo em que explicamos tudo sobre a questão. Por aqui, você verá:

  • o que é a intertextualidade e quais são as suas categorias;
  • de que forma ela pode cair no Enem e quais são os principais tipos;
  • por que a intertextualidade é tão importante na redação;
  • como estudar essa matéria na prática.

O que é a intertextualidade?

Intertextualidade diz respeito ao fenômeno da superposição de um texto ao outro. Isso que dizer que um texto original é utilizado em outra produção como modelo ou ponto de partida, com o intuito de ratificar a primeira ideia, modificá-la ou simplesmente aproveitá-la como enriquecimento à nova mensagem.

Além disso, a intertextualidade não se limita ao uso de um único texto, já que inúmeras referências nessa nova produção podem ser encontradas.

Como dissemos na introdução, podem avançar nesse conceito e falar sobre uma relação entre diferentes linguagens, uma vez que a intertextualidade está presente na música, no cinema, nas novelas, no teatro, na publicidade, nas artes plásticas, na dança e, claro, na literatura.

Além disso, a intertextualidade também pode ser utilizada como forma de sustentar um discurso, por exemplo, em um trabalho acadêmico, quando o autor cita um trecho de outro, previamente publicado.

Categorias da intertextualidade

A intertextualidade se divide em duas grandes categorias: implícita e explícita. Veja seus significados.

Intertextualidade implícita

Essa é a categoria que exige mais atenção do vestibulando, pois os conteúdos não têm uma menção direta ao texto original e contêm elementos, por vezes, muito discretos e quase imperceptíveis à primeira leitura. Embora você até consiga extrair significados do texto secundário, especialmente se não tiver conhecimento pleno da referência utilizada, ficará difícil entender todas as nuances que o autor quis enfatizar.

Por outro lado, podem aparecer menções escancaradas, mas que não citam explicitamente o original, o que não deixa a produção menos rica e complexa.

Veja uma pequena checklist sobre intertextualidade implícita:

  • o leitor não identifica facilmente;
  • não existe relação direta com o texto-base;
  • não são apresentados elementos de identificação do texto-base;
  • exige atenção, análise e dedução e por parte dos leitores;
  • conhecimentos prévios podem ser necessários para a compreensão do conteúdo.

Intertextualidade explícita

Como o próprio nome diz, na intertextualidade explícita a conexão entre dois textos é clara e intencional. Por isso, essa categoria aparece muito em textos formais, como artigos, resumos, reportagens, traduções, entre outros ― e funciona como uma resposta clara ao texto original. Já nas artes, pode aparecer em forma de paródias musicais, piadas ou referências a obras de arte consagradas, personagens de filmes etc.

Veja uma pequena checklist sobre intertextualidade explícita:

  • o leitor identifica facilmente;
  • há uma relação direta com o texto-base;
  • elementos identificam o texto-base;
  • não é exigida dedução do leitor;
  • tem foco apenas na compreensão dos conteúdos.

De que forma ela pode cair no Enem?

Como você já percebeu, a intertextualidade no Enem vai aparecer em diversos pontos da prova, pelo menos, de três maneiras:

  1. nas perguntas de Língua Portuguesa, seus conceitos poderão ser cobrados em questões específicas;
  2. na redação, com o intuito de verificar a habilidade do aluno de fazer uma leitura aprofundada do mundo;
  3. nas demais provas, de maneira interdisciplinar com o objetivo de relacionar conceitos.

Com relação às questões de Língua Portuguesa, atente para os tipos de intertextualidade a seguir, pois, provavelmente, será pedida sua classificação. Normalmente esse assunto está vinculado à parte de Literatura.

Bricolagem

Imagine uma obra feita a partir de recortes. Isso é bricolagem. Sabe o meme da Monalisa de Da Vinci, que já apareceu na internet com todos os adereços e rostos possíveis? O mesmo vale para textos literários criados a partir de outros, para músicas sampleadas, jingles etc.

Citação

Quando a fala de uma pessoa, frase ou trecho de outro texto é escrito no texto secundário, em destaque (aspas ou de acordo com padrões de citação), com o nome do autor.

Epígrafe

É um texto citado no início de uma obra para dar o tom da mensagem que está por vir. Por exemplo, o pensamento filosófico de uma pessoa pode servir para sintetizar o seu.

Paráfrase

Na paráfrase você reescreve a ideia do autor original com suas próprias palavras. Digamos que você vai “repaginar um texto já existente” mantendo o sentido e a essência da fonte utilizada.

Paródia

É um tema humorístico que cria um tom de ironia e provocação com base em um texto original. Esse recurso serve tanto para criticar sua fonte quanto para aproveitar a familiaridade do público com um tema, sobretudo, político ou social. A paródia musical ou o teatro de comédia são ótimos exemplos.

Pastiche

Se, na bricolagem, pega-se trechos de um texto ou pedaços de obras para surgir uma nova produção, no pastiche, pega-se o estilo e o formato, em vez do que já foi feito originalmente.

Alusão

É quando existe insinuação a um texto, personagem ou fato original. Por exemplo, um par romântico que lembra Romeu e Julieta.

Tradução

Quando um texto é traduzido de outro idioma, com o objetivo de recriar o original, preservando o sentido, o estilo e, se possível, as palavras do autor.

Por que a intertextualidade é tão importante na redação?

Uma evidência clara do uso da intertextualidade no Enem e demais vestibulares é a proposta de textos dissertativo-argumentativos que exijam pensamento crítico dos estudantes. Além disso, utilizam os chamados textos motivadores para inspirar os candidatos à temática proposta.

Embora a ideia não seja “gastar linhas” copiando parte dessas referências, eles ajudam a entender a linha de raciocínio esperada pela banca examinadora, bem como têm ideias que podem ser aproveitadas de forma indireta.

Além disso, o Enem solicita que o candidato realize uma proposta de intervenção, ou seja, ao final de sua argumentação deve propor medidas capazes de atenuar ou exterminar o problema.

O principal da intertextualidade na redação é que você demonstre sua capacidade de conectar conhecimentos, especialmente partindo de ideias previamente utilizadas. Para isso, abuse de menções a obras literárias, falas de personalidades mundiais e recursos artísticos que evidenciem sua profundidade na construção das ideias.

Ademais, não se pode descartar a possibilidade do próprio conceito ser tema da redação do Enem.

Como estudar essa matéria na prática?

Além da leitura dos livros recomendados para o vestibular e de se manter atualizado sobre o que vem ocorrendo no Brasil e no mundo, é importante que você tenha familiaridade com os diferentes formatos de intertextualidade.

Então, aqui vão algumas dicas rápidas:

  • observe atentamente como foram construídas as propostas de redação do Enem e outros vestibulares;
  • estude as características gerais de cada tipo de intertextualidade;
  • experimente escrever textos utilizando esse recurso de diversas formas;
  • faça exercícios de Literatura e simulados de vestibular;
  • cadastre-se em sites com conteúdos de Língua Portuguesa, como o Trilha do Enem, e veja as dicas sobre redação.

Assim, certamente você estará mais preparado para encarar a intertextualidade no vestibular, já que o tema depende muito de sua interpretação, por ser amplo e não ter fórmulas prontas.

Bem, aproveitando que nosso assunto é Literatura e redação, sugerimos que você veja mais este post com alguns dos erros de Português mais comuns para se livrar de deslizes na ortografia. Bons estudos!

Dê mais um passo na direção do Vestibular dos seus sonhos!

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