O tema desse post é bem legal, literalmente. Se trata das chamadas “legaltech” e “lawtech”, novas expressões para abordar o uso da tecnologia e da inteligência artificial no sistema jurídico.
Ficou curioso? Caso você seja um amante do curso de Direito, vestibulando, estudante ou até mesmo advogado formado, vamos mostrar as principais novidades sobre a aplicação do digital, não só na graduação de Direito, mas no sistema jurídico na totalidade. Se ainda há dúvidas de que muita coisa poderá mudar – ou melhor, que já possa estar mudando nesse setor, acompanhe as próximas linhas e veja por que precisamos estar conectados e atentos às novidades!
E se você quiser uma visão abrangente sobre o uso da I.A., confira esse vídeo:
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O que é Inteligência Artificial
Podemos chamar de Inteligência Artificial (IA) a simulação de processos de inteligência humana que são realizadas por máquinas, especialmente por sistemas computadorizados. Esses processos incluem aprendizado, que envolve toda uma aquisição de informações, raciocínio e autocorreção – esses três são aplicados através de regras pré-estabelecidas. Algumas das aplicações específicas de IA envolvem os chamados sistemas especializados, como reconhecimento de voz e visão de máquina. Já percebeu algum deles no seu dia a dia?
Qual a importância da tecnologia no setor jurídico?
Segundo a Forbes, o investimento em tecnologia jurídica estabeleceu um aumento histórico de 713% em 2018. Agora nos perguntamos: por quê?
É super fácil pensar em várias respostas.
As empresas de tecnologia estão fazendo parte da rotina de milhões de pessoas no mundo. Várias surgem por dia, para as mais diversas funções. É importante observar essa tendência não só como isolada no setor dos negócios, mas também como uma tendência para toda uma geração. Hoje, temos uma quantidade absurda de acesso às informações e conteúdos, que tornam o mundo digital cada vez mais presente em nossas vidas, e nossas vidas cada vez mais digitais, consequentemente.
No mundo jurídico não poderia ser diferente. Segundo pesquisa de 2018 da Law Society, 88% dos advogados entrevistados que tomam decisões acreditam que a tecnologia ajuda a melhorar a prestação de serviços jurídicos. Não somente isso: 82% consideraram a adoção da tecnologia crucial para que suas empresas continuem competitivas, e cerca de 72% dos tomadores de decisão em escritórios de advocacia veem a necessidade de aumentar a adoção da legaltech – e 42% indicaram que investirão muito mais em tecnologia para os próximos anos. Não há o que questionar, existem várias vantagens na adoção de métodos tecnológicos no ambiente de trabalho jurídico. Obviamente, mais ainda para o empregador.
Dentre eles, podemos citar:
- aumento da produtividade;
- economia de tempo;
- reduções na carga de trabalho administrativa;
- serviço mais eficiente: retorno mais rápido para os clientes.
Quais são as aplicações e tendências da inteligência artificial no setor jurídico?
Já há muitas aplicações em andamento. Há uma onda de lawtechs (ou legaltechs) em atividade. Elas são startups que desenvolvem soluções tecnológicas que facilitam a vida dos advogados, que vão desde produtos a serviços. Parte do que está impulsionando a revolução tecnológica no direito é a digitalização da jurisprudência, como já está sendo aplicada pela Harvard Law School Library, desde que anunciou a conclusão de seu Caselaw Access Project (CAP), um projeto que tornou toda a biblioteca de jurisprudência de Harvard digitalizada. No total, foram 334 anos de história jurídica tornada muito mais acessível para advogados dos EUA.
Trouxemos quatro aplicações para mostrar porque a tecnologia está transformando o setor jurídico. Confira:
1. Comunicação ágil entre advogado e cliente
Segundo Pesquisa de Benchmarking de Flexibilidade para Escritórios de Advocacia de 2017 constatou que 64,7% dos escritórios de advocacia permitem que seus advogados se comuniquem entre si. A implementação de ferramentas de comunicação unificada permite que os advogados trabalhem remotamente, facilitando a maneira como se comunicam com os clientes.
Com essas ferramentas, os advogados se tornam mais produtivos e presentes para os clientes, podendo utilizar mensagens instantâneas, e-mail, correio de voz ou até mesmo vídeos-chamadas, que diminuem custos de deslocamento dos dois lados.
2. Automação para descoberta de documentos
Todos estamos cansados de saber: ser advogado não é fácil. São várias horas perdidas vasculhando documentos para encontrar evidências relevantes na preparação dos casos. Hoje, há um grande esforço por parte de algumas empresas para tornar a maioria desses documentos digitais. No Brasil, de alguns anos para cá surgiram as assinaturas e validações digitais.
O software de automação eDiscovery usa análises para acelerar o processo de pesquisas e investigações. Em sua análise avançada, é permitido procurar palavras-chave e frases. A automação também elimina documentos irrelevantes, agilizando o processo.
3. Simplificando processos
As plataformas digitais de gerenciamento de negócios foram adaptadas para atender às necessidades do gerenciamento de casos legais. Já existem softwares que permitem aos advogados a automatização de processos, incluindo agendamento de datas importantes, organização de listas de contatos, gerenciamento de documentos e inserção de dados para cobrança. Todas as informações relevantes são armazenadas em um banco de dados centralizado (ERP) para facilitar o acesso.
As plataformas de gerenciamento de casos podem ser armazenadas na nuvem, o que as tornam mais acessíveis a advogados que trabalham remotamente em dispositivos móveis. Aqui, no Brasil, temos alguns softwares que oferecem esse serviço, como a SAJAdv.
4. Análise cognitiva
Pela análise cognitiva é possível automatizar processos legais rotineiros e demorados. O processamento de linguagem natural pode ser usado para examinar threads de texto e entender o contexto de declarações complexas em documentos legais.
A startup israelense LawGeex usa inteligência artificial para analisar contratos e automatizar o processo de edição e aprovação. Segundo a startup, é possível através de análises, reduzir o custo das revisões de contratos em até 90% e otimizar o tempo gasto nos escritórios de advocacia em até 80%.
Afinal, a Inteligência Artificial substitui advogados?
Há quem diga que sim, há quem diga que não. Delphine Loo Tan, diretor executivo da Law Society explica que a tecnologia oferece oportunidades e vantagens, incluindo a liberação de advogados para trabalhos jurídicos de maior valor que exijam habilidades, inclusive em negociações, gerenciamento transfronteiriço, transações e elaboração de contratos de fusão e aquisição.
Portanto, trabalhos simples podem ser realizados por robôs de inteligência artificial, e os mais complexos continuam a ser feitos por nós – pois necessitam de habilidades específicas e jogo de cintura que só poderiam ser desenvolvidos por humanos. Dentro do setor jurídico existem várias categorias de atividades, por isso, não é certo dizer que os advogados são totalmente substituídos por máquinas, já que hoje ainda não há softwares que desempenhem todas as atribuições de um profissional da área.
Faculdades que já adotam Inteligência Artificial nos cursos de Direito
O impulso para uma experiência de um curso de Direito mais orientado para a tecnologia ocorre quando profissionais e educadores se tornam mais conscientes da inevitável fusão da prática tradicional com as ferramentas do futuro.
Atualmente, existem diversas instituições já preocupadas com essa questão. Selecionamos algumas faculdades e universidades do Brasil e do exterior que já apostam no ensino tech para os seus estudantes de Direito. Confira:
Northwestern University’s Pritzker School of Law
A Faculdade de Direito Northwestern talvez seja a mais futurista. Depois de muitos professores vivenciarem o ambiente digital, estabeleceram o hub TEaCH Law, que conta com salas de aula recém-projetadas e equipadas com ferramentas como o WebEx, da Cisco. As salas de aula estão equipadas com equipamentos de ponta, incluindo telas sensíveis ao toque e ferramentas de videoconferência.
Anhanguera
Uma faculdade que tem o digital forte nos seus métodos de ensino, por conta da atuação semipresencial e EAD. A Anhanguera conta com diversos professores qualificados e atualizados sobre o tema, além da infraestrutura que permite ao aluno do curso de Direito vivenciar na teoria e, na prática, a experiência da inovação tecnológica.
Michigan State University College of Law
Para ajudar a estabelecer tecnologia automatizada na prática do Direito, a Faculdade de Direito de Michigan estabeleceu o LegalRnD, um centro de pesquisa baseado em inovação.
Cleveland-Marshall College of Law
Administradores da Faculdade de Direito Cleaveland-Marshall anunciaram o desenvolvimento de um novo centro de tecnologia, para oferecer aos alunos novos cursos ligados ao digital, como a Internet das Coisas e segurança cibernética.
É importante destacar que constantemente novas práticas tecnológicas estão sendo aplicadas para as mais diversas atividades do setor jurídico e dos demais setores. Continue acompanhando o Blog Vestibulares e fique sempre atualizado com as novidades do curso de Direito!