Em um contexto no qual o fascismo, o nazismo e o racismo no Brasil estão frequentemente em pauta, sobretudo em debates promovidos nas redes sociais, acontecimentos como o Holocausto também têm grandes chances de serem abordados no vestibular e no Enem.
Especialmente quando pensamos que o genocídio do povo judeu, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, engloba fortemente questões políticas, históricas, culturais e raciais — tornando o assunto um potencial tema para a redação do Enem.
Foi pensando nisso que preparamos um guia para ajudá-lo a estudar o Holocausto. A seguir, você entenderá qual foi o seu contexto histórico, por que e como ocorreu a perseguição e o extermínio judeu pelo regime nazista, quais foram as consequências do acontecimento ao nível mundial, entre outras informações importantes que podem ser cobradas em prova. Vamos lá?
O que foi o Holocausto?
O Holocausto foi o genocídio perpetrado pelo regime nazista contra a população judaica de países europeus, como Alemanha, Áustria, Polônia, Holanda, Checoslováquia etc. Além de judeus, também foram perseguidos e enviados para campos de concentração e extermínio, sobre os quais falaremos mais adiante, minorias como ciganos, comunistas, homossexuais, deficientes físicos, negros, povos de etnias eslavas, entre outros.
Embora não seja possível ter o número exato de vítimas, especialistas e historiadores estimam que cerca de 6 milhões de judeus foram assassinados durante o Holocausto. Com isso, o acontecimento é considerado um dos mais catastróficos já praticados pelo ser humano ao longo de sua existência — e estudá-lo é uma forma de jamais esquecer as atrocidades cometidas e de perpetuar a memória dos afetados.
Qual é o contexto histórico do Holocausto?
Quando se estuda sobre o Holocausto, é fundamental entender o seu contexto histórico, ou seja, tudo aquilo que contribuiu para o seu acontecimento. Acompanhe a seguir.
Antissemitismo
Embora tenha suas origens datadas na Idade Média, o antissemitismo (termo que caracteriza a aversão aos povos e costumes judeus) ganhou força na Alemanha a partir do século XIX. Foi ele o fator instigante para que o regime nazista, sob o comando de Adolf Hitler, líder do Terceiro Reich, perseguisse e exterminasse a população judaica da Europa.
Em seu famoso livro Mein Kampf (“Minha Luta”, em português), Hitler defendia a ideia de que a raça ariana alemã era superior a todas as outras. Ele também almejava a criação do chamado lebensraum (“espaço vital”), que consistia em um império para os arianos que se estabeleceria à custa da exploração de raças consideradas inferiores, especialmente a judaica.
Isso porque, de acordo com Hitler e seu discurso antissemita, os judeus eram os responsáveis pela degradação econômica e moral de toda a Europa, especialmente da Alemanha. Por esse motivo, deveriam ser privados de todos os seus direitos.
Segunda Guerra Mundial
O Holocausto ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), até então o maior e mais letal conflito já presenciado pela humanidade, com mais de 70 milhões de mortos. Seu início está diretamente relacionado às consequências da Primeira Guerra Mundial, que culminou na redução do território da Alemanha, da Áustria e do Império Otomano. Tudo isso afetou negativamente a economia e a moral da população alemã.
Com a necessidade de recuperar seus territórios e reverter as consequências do Tratado de Versalhes (acordo de paz que finalizou a Primeira Guerra e impôs termos duríssimos à Alemanha), o país encontrou em Adolf Hitler uma espécie de esperança. Nutrindo o sentimento nacionalista da população, Hitler assumiu o poder em 1933 e, desde então, utilizou diversas ferramentas para colocar em prática seus ideais antissemitas.
O acontecimento que deu início à Segunda Guerra Mundial foi a invasão à Polônia pela Alemanha em 1939. Com seu desdobramento, passaram a ser discutidas pela cúpula nazista as inúmeras hipóteses sobre o destino dos judeus e das outras minorias perseguidas.
As propostas incluíam deixá-los morrer de fome e enviá-los à ilha de Madagascar, na África. No entanto, a escolhida foi a chamada Solução Final — consistindo na criação de guetos e campos de concentração e extermínio nos territórios dominados.
Como eram os campos de concentração e extermínio?
A Solução Final, projeto de extermínio em massa, tinha como base o estabelecimento de campos de trabalho forçado comandados por verdadeiros esquadrões da morte, treinados para o genocídio daqueles sob o controle do regime. Nesses campos, os presos eram obrigados a trabalhar até serem “descartados”, encaminhados para as câmaras de gás venenoso e, posteriormente, cremados em fornos para apagar os registros de sua existência.
Devido às condições desumanas que eram impostos, muitas vezes os presos morriam antes mesmo de serem enviados às câmaras. Sobretudo de fome, por doenças, pelo esgotamento físico ou pelo fuzilamento sumário, que era utilizado pelos comandantes dos campos como penalização por atitudes consideradas proibidas.
Entre os principais campos de concentração e extermínio estão Auschwitz-Birkenau (Polônia), Bergen Belsen (Alemanha), Treblinka (Polônia) e Sobibor (Polônia). Nesses locais, os presos eram separados de acordo com o sexo. Ao chegarem nos campos, as forças militares especiais nazistas se asseguravam de que todas as pessoas fossem destituídas de sua dignidade: eram despidas, uniformizadas, marcadas por um número de identificação prisional (que lhes retirava a individualidade) e tinham os cabelos raspados.
Quais foram as consequências do Holocausto?
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as tropas soviéticas e americanas fizeram a liberação dos campos, descobrindo as dimensões do genocídio feito pelos nazistas. Os soldados também encontraram milhares de sobreviventes fragilizados e traumatizados.
Uma das principais consequências do Holocausto, além do assombroso número de mortes, foi a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945. Os objetivos eram manter a paz entre as nações, resolver conflitos de forma pacífica, promover os direitos humanos e auxiliar as vítimas da Segunda Guerra. Outra consequência relevante foi o Tratado de Paz de Paris, no qual foi designado um território ao povo judeu (Israel).
Como estudar o Holocausto?
Como você pôde entender, o Holocausto foi o genocídio em massa de judeus, além de outras minorias julgadas pelos nazistas como inferiores. Embora décadas tenham se passado após o término da Segunda Guerra Mundial, os discursos políticos pautados no ódio, os atos racistas e a violência promovida pelo preconceito continuam sendo elementos recorrentes na atualidade.
Por isso, estudar o Holocausto e saber relacioná-lo a fatores como os citados aqui é uma ótima forma de se preparar para as questões de História no Enem e nos vestibulares. Uma ótima dica de estudos é ler livros que nos fazem refletir sobre o tema, como o Diário de Anne Frank, Sonata em Auschwitz e A Lista de Schindler. Também há muitos filmes e documentários que abordam as histórias dos campos de extermínio, como “O Menino do Pijama Listrado” e “#AnneFrank – Vidas Paralelas“.
Por fim, após absorver todas as informações do post, uma dica de ouro é treinar seus conhecimentos sobre o assunto no Trilha do Enem.
Por falar em questões políticas, aproveite que está aqui para conferir nosso post “Comunismo: o que é e como pode cair no vestibular“. Te esperamos por lá!