O que é o fascismo e como ele pode cair no Enem?

estudante vendo o que é fascismo e como ele pode cair no enem

No dia 23 de março de 2019, completou-se 100 anos do fascismo. Essa é a data oficial que marca o início do movimento político totalitário que influenciaria pesadamente as relações internacionais e levaria o mundo à Segunda Grande Guerra.

Com a polêmica eleição à presidência brasileira de 2018 e a ascensão dos movimentos de direita no mundo, os termos “fascismo” e “fascista” vieram à tona e fazem parte de calorosas discussões nas redes sociais. Para quem vai prestar vestibular ou fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é fundamental manter-se atualizado sobre o assunto.

Afinal, o que é o fascismo e como ele pode cair na prova? Continue conosco e entenda mais o assunto. Por aqui, vamos discutir os seguintes tópicos:

Afinal, o que é fascismo?

O fascismo é um movimento político criado e liderado por Benito Mussolini em Milão, na Itália, após a Primeira Guerra Mundial. O regime totalitário instaurou-se em 1925 e tinha como característica a total falta de liberdade individual, organizacional, política e de pensamento. Assim, foi um movimento de totalitarismo, nacionalismo, antiliberalismo, antissocialismo e populista que terminou em 1945, com a morte de Mussolini.

A Itália, assim como muitos outros países da Europa, atravessava momentos conturbados após a devastação da Primeira Guerra e as dificuldades políticas, sociais e econômicas que o conflito deixou. Nesse cenário de desolação, surgiram movimentos com ideais ao mesmo tempo anticomunistas e antiliberais, opondo-se às práticas vindas da Rússia e dos Estados Unidos.

Os grupos eram formados, principalmente, por jovens conservadores que vivenciavam as dificuldades econômicas do país. As manifestações tinham caráter fortemente nacionalista, reivindicando que a nação recuperasse suas forças, e eram marcadas pela violência e pela agressividade contra quem se opunha às suas ideias — especialmente militantes de esquerda e trabalhadores.

O termo fascio significa “feixe” e refere-se ao fascio littorio, um machado feito por feixes de madeira, usado para punir quem desobedece ao poder na Roma Antiga, conferindo grande poder a quem o carregasse. Como um feixe é mais forte que uma vara, Mussolini usou o machado como símbolo do movimento Fasci italiani di combattimento — daí o nome fascismo.

Após a pressão violenta das milícias fascistas e do apoio do rei Victor Emmanuel 3º, do Vaticano, e de grandes empresários, Mussolini chega ao poder em 1925, assume todos os poderes do Estado e instaura um regime totalitário na Itália. Isso serviu de referência para o surgimento de outros movimentos totalitários, particularmente o nazismo, de Adolf Hitler.

Além do líder alemão, os ideais fascistas inspiraram Francisco Franco (Espanha), António Oliveira Salazar (Portugal) e Hideki Tojo (Japão). Mussolini foi fuzilado por guerrilheiros da Resistência Italiana (movimento armado em oposição ao fascismo) em 1945.

Para a prova do Enem, o que é preciso saber sobre o fascismo?

O fascismo clássico ou histórico, como é conhecido esse movimento político vivido até 1945, tem fortes ideais que influenciam, ainda hoje, diversas sociedades. Por isso, o assunto é recorrente em vestibulares, e uma das formas que pode aparecer no Enem é como tema da redação.

Isso se deve ao fato de que as questões que envolvem discriminação, racismo, xenofobia e preconceito linguístico fazem parte de inúmeras discussões atuais. Aliás, é importante saber distinguir o que é fascismo histórico e quais são as influências dele no mundo de hoje.

O fascismo histórico e termos relacionados (como fascista) referem-se unicamente a essa época. Entretanto, hoje podemos reconhecer discursos de muitos governantes inspirados nos ideais fascistas. Nesse modelo político, cria-se um inimigo (por exemplo, judeus, negros, estrangeiros, comunistas etc.) que só poderia ser combatido por um líder popular — o salvador de uma pátria amedrontada. Além disso, as mensagens são notadamente violentas e discriminatórias.

Por natureza, o fascismo (bem como o nazismo) são doutrinas que não aprovam as diferenças sociais, pois elas geram atrito e, como consequência, perda de energia social. Nesse sentido, para fascistas e nazistas, a sociedade deve ser homogênea nas esferas étnicas, culturais, religiosas e de classe.

Tour pela prova do Enem

Qual a diferença entre nazismo e fascismo?

Aliás, a diferença entre nazismo e fascismo também pode ser questão de prova de vestibular. Embora tenham muitas características em comum — como o nacionalismo, a teoria econômica e a valorização da unidade territorial — o fascismo não tinha o antissemitismo e o racismo como pautas primordiais, até Mussolini aliar-se a Hitler.

O nazismo é um movimento político, mas fortemente embasado em uma ideologia “racista científica”, que alegava que a raça ariana era superior às demais. Hoje, o conceito de raça é discutido, pois os aspectos socioculturais são mais importantes que os fatores genéticos para distinguir grupos. Sendo assim, o termo “etnia” tem sido mais usado que “raça”.

No Brasil, o movimento chamado de Ação Integralista Brasileira foi inspirado nas ideais de Mussolini e Hitler e teve mais de 600 mil adeptos, liderados por Plínio Salgado. Contudo, foi dissolvido em 1937, à época que Getúlio Vargas iniciava seu governo ditatorial.

O que não é fascismo?

Com todas as discussões e a acentuação das divergências políticas em 2018, tornou-se comum a referência ao fascismo. Contudo, é preciso ter cuidado para não se confundir, e a leitura tem um papel importantíssimo na desmistificação e no esclarecimento de assuntos, principalmente para quem está se preparando para o Enem.

É preciso ter bem claro na mente que, segundo especialistas, o fascismo não voltará, simplesmente porque nada se repete na História. Além disso, o termo fascista refere-se exclusivamente ao movimento liderado por Mussolini, que serviu de inspiração para outros regimes totalitários.

Ele está ligado intrinsecamente ao intervalo histórico entre as duas grandes guerras, quando havia o desejo de conquistar territórios e expandir o império por meio da guerra. Atualmente, não observamos mais essas características no mundo — portanto, o fascismo clássico não existe mais.

O fascismo só existe sob um regime totalitário, com a submissão da sociedade em um sistema militarizado e hierarquizado. Ou seja, o que for diferente disso, não é fascismo. Num regime fascista, os interesses da nação sobrepõem-se aos dos indivíduos, cortando seus direitos e liberdades.

Hoje, os países que almejam a hegemonia nacional frente aos outros o fazem por meio da economia, e não do conflito armado. Entretanto, como mencionamos, o discurso fascista pode ser reconhecido em algumas vertentes da extrema direita. Esse é o assunto do nosso próximo tópico.

Qual a relação do fascismo com a doutrina política de direita?

Tem sido comum as pessoas relacionarem qualquer vertente política de direita como fascista, mas os especialistas afirmam que é preciso ter cautela quanto a isso. Primeiro, pelo motivo que explicamos nos tópicos anteriores: o termo deve fazer referência apenas ao regime político do período entre guerras que alguns países viveram.

Segundo, porque cientistas políticos e historiadores concordam que o fascismo é uma das linhas políticas do espectro da direita conservadora. Ou seja, é uma ideologia radical de uma vertente já bastante reacionária. Isso quer dizer que nem toda visão da direita conservadora é radicalizada e, por consequência, fascista.

É preciso entender que os movimentos de extrema direita existiam antes de Mussolini chegar ao poder. Eles opõem-se às premissas da Revolução Francesa, que preconiza a liberdade, a igualdade e a supremacia da nação sem uma organização totalitária de submissão dos cidadãos a uma figura central.

Para os especialistas, é preciso ter cuidado ao relacionar o fascismo com as tendências às doutrinas de direita observadas no mundo hoje, pois esse fenômeno tem o aval popular — ao contrário do fascismo, que nega toda a soberania do povo. Esse cuidado, no entanto, é para que se possa entender os movimentos racistas, antissemitas e xenófobos que vemos permear as democracias.

Muito bem, agora você já sabe o que é fascismo e, também, o que não é! Ainda não está seguro? Você pode recapitular e avaliar os seus conhecimentos no Trilha do Enem por meio das inúmeras videoaulas e simulados. Assim, vai conseguir se preparar e não ter surpresas no dia da prova.

Ah! Veja agora o nosso guia completo para montar um plano de estudos para o Enem. O conteúdo da prova é extenso, por isso, não perca mais tempo!

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