Funções da linguagem: o que são e como usá-las?

Do bom dia a um poema romântico, as funções da linguagem estão presentes em todos os momentos da nossa vida. O que muita gente não nota é que tais funções provenientes das classes gramaticais do nosso idioma são essenciais para desenvolver as mensagens que usamos em nossa comunicação diária.

Inclusive, procedemos dessa forma automaticamente em diversas situações. De qualquer modo, são muitas as questões que rodeiam esse tema, porém, neste artigo temos o objetivo de explicar o que são as funções de linguagem e como utilizá-las. Portanto, continue a leitura!

O que são as funções de linguagem?

As funções da linguagem são formatos de utilização da língua de acordo com o objetivo do falante. Ou seja, são recursos para dar ênfase a determinada mensagem. No vídeo a seguir você poderá entender melhor a sua aplicação.

Aprender como funciona cada uma das funções de linguagem o ajudará a interpretar os textos com mais facilidade, além de permitir uma compreensão mais eficiente da comunicação, algo importante para melhorar a escrita e a fala.

Para que a interação aconteça de forma consciente, ou mesmo intuitiva, é preciso entender bem as funções de linguagem. Elas são divididas em grupos, mas, de maneira geral, todas precisam ter os seguintes elementos presentes:

  • emissor: aquele que envia a mensagem, pode ser uma pessoa ou um grupo;
  • receptor: aquele que recebe a mensagem;
  • mensagem: o chamado objeto físico da comunicação;
  • referente ou contexto: situação ou objeto o qual a mensagem faz referência;
  • canal ou contato: meio de comunicação por meio da qual a mensagem é transmitida;
  • código: conjunto de signos usados no ato da comunicação pelos emissores.

Os vários elementos presentes na linguagem fizeram com que ela se dividisse em seis tipos de funções:

  • função referencial;
  • função emotiva;
  • função conativa;
  • função metalinguística;
  • função poética;
  • função fática.

A seguir, veremos melhor sobre cada uma delas. Continue lendo!

Em qual matéria se estuda o assunto?

Em Língua Portuguesa, que se encontra dentro da área de linguagens da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para entender como estudar funções da linguagem de maneira correta é importante conferir como cada uma delas funciona e ver casos de como elas se manifestam nas frases.

Sendo assim, fizemos uma lista delas com exemplos práticos. Acompanhe!

Função referencial

A função referencial ou denotativa está ligada à informação. O seu principal objetivo é trazer a informação de maneira objetiva sobre a realidade. Por esse motivo, ela prioriza dados, fatos e circunstâncias, enfatizando o contexto em que aquele texto está presente.

Uma das principais representantes dessa função é a notícia, justamente por colocar em evidência o assunto do qual se trata. De maneira geral, a notícia é construída sem que opiniões sejam expressas e usa sequências de linguagem que têm a meta de levar o leitor ao convencimento. Outros representantes dessa função são os artigos científicos, os manuais, os textos didáticos e os folhetos.

Exemplo:

Mais de dez mil candidatos se inscreveram para o concurso público da Prefeitura Municipal, para o preenchimento de 70 vagas administrativas.

Função emotiva

Diferentemente da função referencial, na emotiva ou expressiva a sua característica principal é a subjetividade, e o objetivo é emocionar o receptor. Como consequência, a mensagem não precisa ser necessariamente clara ou ter fácil entendimento, pois evoca sentimentos, opiniões e desejos individuais.

Artigos de opinião, cartas, diários, poemas são alguns dos representantes dessa função de linguagem. O que eles têm em comum e que os evidenciam são o ponto de vista daquele que fala/escreve e o fato de a mensagem ser centrada no interlocutor.

Exemplo:

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

(Soneto da Felicidade, Vinícius de Moraes)

Função conativa

A função conativa ou apelativa foca no convencimento do receptor da mensagem, dando conselhos ou mesmo ordens a ele. Por esse motivo, há uma forte presença de verbos no imperativo e uma tendência do emissor (locutor) tentar influenciar o receptor.

Comumente, podemos vê-la presente em livros didáticos, peças publicitárias, discursos políticos e em cartas argumentativas.

Exemplo:

Compre sem limites, nós cuidamos de você. Não recebeu o que esperava? Se arrependeu? Devolvemos seu dinheiro. (Mercado Livre).

Função metalinguística

A metalinguística é uma função de explicação. Isso significa que ela explica uma mensagem usando a própria mensagem. Algo como um poema explicando um poema. No dia a dia podemos encontrar a manifestação da metalinguagem quando usamos conectivos, como “por exemplo”, “ou seja”, entre outros.

Como dissemos, ela pode estar presente em diferentes tipos de mensagem. Um texto que explica o próprio texto pode ser encontrado desde em livros até em músicas. Então, é muito comum nos depararmos com essa função em nosso dia a dia.

Exemplo:

Frase é o enunciado que tem sentido completo, ela pode ter apenas uma palavra ou várias, além disso, pode ter verbos ou não. (Frase explicando o que é uma frase).

Função poética

O nome da função poética não deve ser confundido com a presença apenas em poemas e muito menos com a função emotiva. Nessa função, o objetivo é construir e estabelecer uma mensagem que valorize a sua elaboração.

Há uma forte presença de figuras de linguagem na função poética, que é normalmente típica de textos em prosa, mas também poéticos. A preocupação maior está na mensagem em si e na forma como ela será repassada, por isso, o vocabulário é, muitas vezes, usado em sentido figurado.

Exemplo:

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.

(Quadrilha, Carlos Drummond de Andrade)

Função fática

Por último, temos a função fática, que confere o funcionamento adequado da comunicação e do meio por qual ela é repassada. Ela promove uma interação entre o propagador e o receptor, assim, faz com que ela seja a mais usada em nosso dia a dia.

Tal função não está em um lugar específico, mas em todos. Na nossa própria comunicação diária, usamos bastante, dos telefonemas às saudações — há exemplos por toda parte dessa função.

Exemplo:

Depois conversamos. Até mais!

Como estudar o tema para o Enem e vestibulares?

As funções de linguagem no vestibular e no Enem são mais comuns do que se imagina. Sendo assim, você precisará saber diferenciá-las não só para interpretar as questões, mas também para escrever a redação. Portanto, é bom estar afiado e estudar com cuidado essa parte da Língua Portuguesa.

Tour pela prova do Enem

Para usá-las de maneira correta, confira as dicas a seguir!

Leia bastante

A leitura é um hábito que deve fazer parte do seu dia a dia como estudante. Livros, poemas, notícias, manuais… Existem diversas maneiras de praticá-la e você deve estar em constante contato com esses materiais para poder aperfeiçoar o seu conhecimento sobre funções da linguagem.

Com o tempo, a prática da leitura o ajudará a ter mais facilidade com a interpretação de texto e, consequentemente, a identificar com mais facilidade como cada uma das funções estão sendo utilizadas e em quais situações elas aparecem mais.

Analise criticamente as frases

Já parou para pensar em quantas frases lemos e como fazemos isso de maneira automática, sem parar para analisá-las? Um dos grandes segredos de provas como o Enem é justamente a interpretação do texto — muitas vezes, a resposta está no próprio artigo e é preciso saber identificá-la.

Portanto, quando estiver estudando, procure ler com mais cuidado as frases e fazer uma análise crítica delas. Você verá como essa prática treinará a sua capacidade de identificar as famosas pegadinhas!

Veja como apareceram funções da linguagem no Enem e no vestibular pretendido

Para se preparar melhor, uma dica é ver como apareceram as funções da linguagem no vestibular que você pretende fazer, isto é, em edições anteriores. O mesmo vale para versões de anos passados do Enem.

Além de consolidar como as funções se manifestam na linguagem e nos textos, você poderá perceber como esse conteúdo costuma ser cobrado nas provas. Dessa forma, poderá se familiarizar com isso, bem como se preparar de maneira adequada.

Exemplo de exercício que cai na prova do Enem ou vestibular

Por falar em funções da linguagem no Enem, veja um exemplo de exercício da edição de 2018 (prova azul):

Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e teatros para curtir, em maior intensidade, as atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-chegado ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado à rede wi-fi de cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio que descreve o que ocorre na tela ou no palco com o espetáculo em andamento: o usuário, então, pode ouvir a narração em seu celular.

O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Carlos III, em Madri. “Na Espanha, 200 salas de cinema já oferecem o recurso e filmes de grandes estúdios já são exibidos com o recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a tecnologia para o país. “No Brasil, já fechamos parceria com a São Paulo Companhia de Dança para adaptar os espetáculos deles! Isso já é um avanço. Concorda?”

Disponível em: http//veja.abril.com.br

Acesso em: 25 jun. 2014 (adaptado).

Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do emissor, a linguagem apresenta funções diferentes. Nesse fragmento, predomina a função referencial da linguagem, porque há a presença de elementos que:

a) buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.

b) definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora.

c) evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva.

d) expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa.

e) objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma indagação.

Resposta: D.

Isso porque a linguagem denotativa é empregada para informar o leitor sobre o desenvolvimento e disponibilidade desse aplicativo, o que é feito de forma literal e com dados da realidade. As ideias são organizadas e se sucedem de maneira objetiva.

Consulte diferentes materiais

É importante consultar diferentes fontes de pesquisa gratuitas ou pagas, a fim de ver várias nuances sobre o tema. Está com dúvidas? Consulte o dicionário! É grátis e, no geral, as versões mais modernas, principalmente as encontradas online, permitem consultar expressões.

Até mesmo dão exemplos de como cada uma das palavras estão colocadas dentro de determinado contexto. Além de oferecer conhecimentos sobre diversos outros assuntos, como a transitividade verbal.

Tudo esclarecido até aqui? Agora é com você!

Como vimos, o aprendizado da gramática continua sendo essencial para conseguir passar no vestibular. Se você está se preparando para o Enem, lembre-se de que as funções da linguagem são essenciais e que é preciso praticar não só para saber interpretá-las, mas também saber aplicá-las no contexto adequado.

Agora você se sente mais preparado para as provas? Inscreva-se em nosso vestibular online!

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