Como as obras de Tarsila do Amaral podem aparecer no Enem?

estudante enem na biblioteca

Estudar artistas e movimentos culturais do país é muito importante para conseguir um bom desempenho no Enem. Por serem fenômenos importantes da sociedade brasileira, eles são cobrados com frequência nas matérias do Enem.

Segundo a matriz de referência divulgada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), as Artes entram no exame de muitas maneiras. São consideradas um modo de conhecimento, uma forma de organizar o mundo e uma manifestação do patrimônio cultural da sociedade.

Uma das grandes personalidades nascidas no Brasil no século XX foi a artista plástica Tarsila do Amaral. Suas obras estão ligadas à memória do país e expressam pensamentos engenhosos. Por isso, participam de maneira ativa do aprendizado da História e da consolidação das Artes nacionais.

Neste post, você confere quem foi essa mulher genial e de que modo suas obras podem aparecer no Enem. Como bônus, você aumenta sua compreensão do país. Continue a leitura para ficar por dentro de tudo!

Quem foi Tarsila do Amaral?

Tarsila do Amaral (1886-1973) foi e ainda é uma das principais artistas da história brasileira. Segundo alguns estudiosos, ela foi uma pioneira do Modernismo no Brasil, movimento que reunia pessoas importantes. Pesquise outros nomes na hora de estudar em casa para o Enem: Anita Malfatti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia e Oswald de Andrade.

Ao lado desses artistas, Tarsila contribuiu para inventar um tipo de expressão capaz de fortalecer a identidade cultural do país. Nada de ficar preso aos padrões europeus, muitas vezes acadêmicos demais. Nenhuma concessão ao ponto de vista do colonizador.

Para recriar as coisas, é preciso primeiro entendê-las. Entre 1920 e 1922, a artista havia passado um período estudando em Paris, na Academia Julien. Voltou logo após ficar sabendo da Semana de Arte Moderna, articulada por figuras como Oswald, Anita e o consagrado pintor Di Cavalcanti.

Embora não tenha participado do evento porque estava em Paris, ela mergulhou com grande talento na revolução da linguagem defendida pelos modernistas. Suas pinturas trazem uma série de experimentos artísticos, buscando a liberdade criadora e a ruptura com as regras demasiadamente conservadoras da época.

A partir de então, Tarsila contribuiu de muitas maneiras para consolidar a cultura nacional. A ligação com a História do país é forte na sua trajetória artística. Com o passar do tempo, explorou explorar novas formas de expressão e se manteve inovadora.

Quais são as principais obras da Tarsila do Amaral?

Uma boa maneira de compreender o desenvolvimento de Tarsila e sua importância para a história do país é caminhar pelas suas principais obras. A seguir, você encontra cinco dos quadros mais famosos da artista, acompanhados do contexto histórico de cada um.

A negra

A Negra, de Tarsila do Amaral

No início de 1923, Tarsila estava de volta a Paris e foi estudar com o mestre cubista Fernand Léger. Durante esse período, ela mostrou para o professor a tela A Negra, deixando-o tão entusiasmado que ele chamou todos os outros alunos para apreciarem o quadro.

A pintura mostra, que mostra uma mulher negra em tamanho monumental, nasceu das recordações de infância da pintora, passada entre as fazendas de café dos pais. Fazendo uso de elementos cubistas, ela chama atenção para as relações históricas no país, como as tensões de classe e até mesmo a escravidão no Brasil.

O Pescador

Tarsila do Amaral - O PESCADOR

Pintado em 1925, o quadro O Pescador traz uma organização harmônica das cores, com destaque para as formas ovais e retangulares. Sentado sobre uma pedra lilás, o pescador acabou de pegar seu peixe dentro do lago calmo, com águas azuis. Ao fundo, há uma vila com nove casinhas, além de palmeiras e folhas de bananeira.

Trata-se de uma paisagem brasileira típica, que busca retratar o homem comum no esforço de seu trabalho corporal. Nesse período, associado ao Manifesto do Pau-Brasil de Oswald, Tarsila tentava valorizar as temáticas e as paisagens nacionais.

Ela dizia que queria ser a pintora do Brasil. Ao pintar o pescador, Tarsila dá visibilidade para um sujeito que muitas vezes não tem espaço nos projetos oficiais do país nem nas representações convencionais da arte.

Abaporu

Abaporu, Tarsila do Amaral

A princípio, Tarsila fez esta obra para dar de presente de aniversário ao seu marido, Oswald de Andrade (sim, ele mesmo!). Com o tempo, o quadro se tornou o mais famoso da história do país. Além do mais caro: embora não esteja à venda, estima-se que valha algo na casa dos US$ 200 milhões!

Quando Oswald viu o quadro pela primeira vez, ele ficou impressionado e disse à esposa que aquela era a melhor pintura que ela já havia feito. Depois, inspirado pelo presente, acabou escrevendo o “Manifesto Antropofágico”, que se tornaria um dos textos mais importantes da cultura brasileira.

O modernismo busca enfrentar o olhar do colonizador e valorizar elementos nacionais, lembra? A figura do Abaporu simboliza o desejo de engolir a cultura europeia, dominante na época, para transformá-la em algo bem brasileiro. Trata-se da ideia básica da antropofagia.

Antropofagia

Tarsila do Amaral – ANTROPOFAGIA

Tour pela prova do Enem

Este quadro de 1929 dá continuidade à fase antropofágica de Tarsila. Na criação da obra, a pintora combina dois dos seus principais trabalhos, A Negra e Abaporu. É como se ela buscasse uma conexão entre as duas figuras colossais, mesclando suas raízes históricas e simbólicas.

Operários

Operários, de Tarsila do Amaral

Em 1933, a artista faz um novo deslocamento da sua trajetória. Na tela Operários, ela dá um passo pioneiro para a pintura de temática social no país. A obra representa o processo de industrialização de São Paulo de maneira crítica.

As pessoas que vinham de fora trabalhar nas fábricas estão amontoadas, elas são diversas e, ao mesmo tempo, iguais. Suas individualidades estão apagadas em nome de uma suposta sociedade igualitária, que nunca se concretizou. Com destaque ao fundo, as chaminés e os edifícios invadem o cantinho do céu.

Como o Enem costuma envolver as obras de Tarsila do Amaral nas questões?

As obras de Tarsila do Amaral no vestibular costumam aparecer em provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Podem ser cobradas em questões de intertextualidade, na contextualização de movimentos modernistas, na análise histórica das obras, na comparação com outros artistas modernistas etc.

Vale a pena conferir provas anteriores do Enem. O exame de 2003, por exemplo, trazia o quadro Operários acompanhado de uma citação de Nádia Gotlib. Leia o trecho citado e depois veja a pergunta.

Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.

O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:

a) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)

b) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)

c) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)

d) “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)

e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (…)/ Os inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam,/ mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)

A resposta é a letra B, pois tanto o quadro quanto os versos de João Cabral de Melo Neto expressam um conflito entre a individualidade e a equalização das pessoas. Em Tarsila, esse conflito está na fábrica, mas em João Cabral está na lavoura do Nordeste. Assim, configura-se uma intertextualidade.

No Enem de 2010, mais Tarsila. Após ver uma imagem do quadro O mamoeiro, de 1925, o candidato encontrava a questão a seguir.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro “O mamoeiro”, identifica-se que, nas artes plásticas, a:

a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.

b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.

c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.

d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.

e) forma apresenta contornos e detalhes humanos.

Você já conhece um pouco da trajetória de Tarsila e sabe que ela buscava trabalhar temas típicos do cotidiano brasileiro, junto ao modernismo. Além disso, ela estudou com um mestre cubista, movimento que valoriza formas geométricas e linhas retas. Portanto, a resposta é letra B.

É comum que Tarsila do Amaral, no Enem, esteja ao lado de outros artistas e escritores. Para reforçar as conexões, acesse o Trilha do Enem e monte um plano de estudos personalizado. É uma plataforma útil para quem quer otimizar seus esforços!

Por fim, estude com muita atenção o movimento modernista e também o Pré-Modernismo! Com uma base sólida, certamente você vai conseguir uma nota ótima no Enem!

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