Entender alguns conceitos e teorias de redação é essencial para o aluno fazer uma boa prova do Enem ou do vestibular. Entre eles, existem os elementos da narrativa, que compõem um texto e podem ser cobrados tanto na parte objetiva, em português, quanto na subjetiva, na própria construção da redação.
A narração é um dos gêneros textuais. É o ato de contar histórias, que podem ser reais ou fictícias. E para que ela faça sentido, é importante ter alguns componentes, que criam o contexto, fazem a ligação entre cada evento e detalham os acontecimentos. Mas você saberia dizer quais são os elementos da narrativa?
Temos:
- enredo;
- espaço;
- tempo;
- narrador;
- personagens.
Continue a leitura e entenda como eles se encaixam, de forma prática!
Enredo
O enredo é o que constrói a história em si. É o conteúdo transmitido por meio das palavras, no caso da redação. Mas, não necessariamente, ele se dá apenas pela forma escrita. Filmes e peças de teatro, por exemplo, também contam uma história e, por isso, têm enredo.
Pode ser criado de maneira linear ou não linear — veremos mais detalhes quando falarmos do tempo. Em seu núcleo, geralmente há um conflito, em torno do qual toda a história gira. Ele determina o nível de tensão, podendo ir para o drama, a comédia, o suspense etc.
A forma mais comum de criar o enredo é apresentando os personagens e o problema. A história se inicia e, depois, haverá as tentativas de resolução da situação, até chegarmos ao desfecho. Além do mais, pode haver diálogos, ou não.
Vamos a um exemplo, com um pequeno trecho? “Peter Parker realizava suas pesquisas habituais no laboratório da escola. Por descuido, deixou cair um dos potes expostos na prateleira. Com cuidado, juntou os vidros estilhaçados, sem perceber que, de dentro dele, escapara um estranho inseto. Foi quando, de repente, sentiu uma picada […]”.
Bem, esse é apenas o começo de um enredo. Claro que depois virá a sequência de toda a história, até que ela chegue ao fim.
Espaço
O espaço é o local no qual a narrativa se desenvolve. Pode ser real, ou apenas psicológico.
O real se trata de um ambiente, geralmente, conhecido pela maioria dos leitores. Alguns exemplos são: praia, campo, bar, clube, casa, hospital, bairro. No caso do trecho acima, a história se inicia dentro de um laboratório da escola. Ainda, dependendo do estilo do escritor, esse ambiente pode, ou não, ser melhor detalhado — o que não aconteceu no exemplo dado.
O espaço psicológico acontece na imaginação, na mente de um personagem. Nesse caso, é muito comum haver exposição de sentimentos, pensamentos, emoções, o que tende a deixar o texto com um ar mais intimista.
Tempo
É o período em que a história se passa. Pode ser linear: de maneira direta, seguindo os acontecimentos dos fatos, de acordo com a leitura. Mas também não linear: de trás para frente, partindo do desfecho para o princípio. Além do mais, o escritor pode fazer a narrativa no passado, presente ou futuro, sendo possível escolher apenas um desses tempos, ou mesmo misturá-los.
No exemplo adotado acima, os acontecimentos são lineares, já que têm uma ordem direta.
É importante que você tenha em mente, também, que os elementos espaço e tempo, juntos, auxiliam o leitor a entender o contexto da história.
Narrador
Um dos elementos da narrativa mais significativos é o narrador. É ele quem conduz o enredo, tornando-o interessante, e dá voz aos personagens. Existem vários tipos de narradores e cada um constrói o texto de forma diferente.
Narrador personagem
Ele participa da história, contando-a em 1ª pessoa, do singular ou do plural. Assim, você encontrará o “eu” ou “nós”, durante a leitura. Textos desse modelo costumam ser bem atrativos, pois aproximam o leitor das emoções vivenciadas.
Narrador observador
Esse narrador não participa da história. É como se ele a narrasse a partir de uma observação ou do conhecimento dos fatos. Você encontrará o “ele, ela, eles, elas”, pois a escrita é em 3ª pessoa do singular ou plural.
Narrador onisciente
O narrador onisciente também conta a história a partir de uma perspectiva de fora dela. No entanto, ele conhece intimamente cada personagem. Fala sobre seus pensamentos e sentimentos. É uma das formas mais comuns, sendo bastante encontrada em romances.
Existem modelos diferentes do narrador onisciente. Um deles é chamado de “intruso”. Ele interrompe a narração e insere alguma observação ou opinião sobre o contexto ou o personagem. Esse estilo é muito frequente nas obras de Machado de Assis, como no trecho seguinte, de Quincas Borba:
“Queria (eu) dizer aqui o fim de Quincas Borba, que adoeceu (ele), fugiu desvairado em busca do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois”.
Personagens
Personagens são a magia da história. É possível construí-los, dando-lhes personalidade, qualidades e defeitos. Muitas vezes, o leitor se apaixona mais por eles do que pelo enredo, portanto é a parte na qual alguns escritores mais capricham. Os personagens podem ser principais e secundários.
Personagem principal
O principal é o mais importante, pois toda a narração gira em torno dele. Na maioria das vezes, é o primeiro a ser apresentado. Os outros entram, de acordo com o caminhar do enredo. Podemos ter um ou vários principais. Eles, ainda, podem ser divididos em protagonistas (os bonzinhos) e antagonistas (os vilões). Em Vingadores, por exemplo, temos Homem de Ferro, Thor e Hulk como exemplos de protagonistas, e Loki e Thanos como antagonistas.
Personagem secundário
Personagens secundários também são importantes, apesar de não serem o destaque. Eles surgem em determinados contextos, interagindo com os personagens principais. Em Harry Potter, por exemplo, apesar de os tios e primo do bruxo aparecerem em várias partes da história, são considerados secundários.
Bem, esses são os elementos da narrativa que todo estudante deve conhecer. Você precisará dessa compreensão, durante os estudos, na resolução de questões dos simulados e no treino das redações — podendo se guiar pela Trilha do Enem e/ou pelas aulas de um cursinho pré-vestibular. Dominando tudo isso, você fica muito mais próximo da aprovação!
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