A prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias no Enem, é uma das mais complexas de todo o exame. E, claro, uma das mais cansativas também. Por isso, é preciso que você esteja bem-preparado para enfrentar a grande quantidade de leitura que verá pela frente em seu caderno de perguntas.
A preparação ideal para essa prova envolve tanto macetes para ganhar tempo na leitura quanto um vasto conhecimento teórico sobre os assuntos. Assim, você evita ficar distraído e garante questões com mais facilidade e rapidez, tendo mais minutos disponíveis para fazer uma boa redação.
Por isso, neste post explicaremos o que é um substantivo abstrato, além de mostrar como o assunto pode cair no vestibular. Esse é um tema que costuma dar um nó na mente de muitos estudantes. Se esse for o seu caso, seus problemas acabaram! Boa leitura!
Entenda o que é um substantivo abstrato
Os substantivos abstratos são aqueles que se referem às coisas que não podemos ver, ou seja, conceitos não palpáveis.
Outra característica desse tipo de substantivo é a sua dependência de outro termo. Eles funcionam mais ou menos como um complemento nominal.
Sendo assim, substantivo abstrato é tudo que não existe e que depende de algo ou alguém para que passe a existir.
Veja frases com substantivos abstratos
Ficou em dúvida? Realmente, estamos falando de algo que não parece ter muito sentido. Confira, então, uma frase para exemplificar:
- A beleza do céu é contagiante.
Nesse caso, o substantivo abstrato é a palavra beleza. A frase está falando sobre ela, que age quase como um sujeito. No entanto, sabemos que beleza é algo que não podemos ver, tocar ou identificar.
É um conceito abstrato, que depende muito de quem está falando sobre ele. Certo?
Outro detalhe: observe que beleza vem de “belo” e que, para que ela possa existir, é preciso que algo seja belo. No caso, o céu.
Veja outros exemplos de frases:
- A saudade de Maria era muito grande.
- O cansaço bateu forte em Joaquim ao final do dia.
- A amizade entre os dois meninos era muito bonita.
Compreenda a diferença entre um substantivo abstrato e concreto
Ao mesmo tempo que temos substantivos abstratos (que se referem às coisas que não conseguimos ver), temos os substantivos concretos. Eles são, em resumo, o completo oposto dos abstratos.
São exemplos de substantivos concretos palavras como:
- Brasil;
- garrafa;
- comprimido;
- rama;
- cachorro.
Molezinha, né?
Aproveite as nossas dicas para estudar os substantivos abstratos
Agora, veja algumas dicas para otimizar os seus estudos de Português sobre esse assunto e mandar bem no caderno de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
Leia bastante teoria
O primeiro passo para se dar bem estudando substantivos é compreender a teoria. Por isso, capriche também no estudo de conceitos de base, como as classes gramaticais.
Não se esqueça das videoaulas
Quer se dar bem nas provas? Então, não deixe de assistir videoaulas de Português! Elas ajudam muito na compreensão dos conceitos.
Veja aplicações práticas
Na dúvida, sempre recorra aos exemplos. Eles nos ajudam a entender de forma prática o conceito que está sendo estudado na teoria.
Faça questões variadas
Outra maneira excelente de fixar o conteúdo, sanar dúvidas e aprender cada vez mais é responder questões. Fazer provas antigas ou simulados também deve ser parte de sua rotina de estudos.
Faça uso de flashcards
Por fim, para manter o plano de estudos, revise sempre o conteúdo. Uma boa dica é usar flashcards, que promovem uma revisão dinâmica, eficiente e rápida.
Veja como o substantivo abstrato pode cair em suas provas
A seguir, confira um exercício de vestibular a respeito do tema e tenha uma noção de como o assunto pode ser cobrado nas provas.
(FGV) Voltou dali a duas semanas, aceitou casa e comida sem outro estipêndio, salvo o que quisessem dar por festas. Quando meu pai foi eleito deputado e veio para o Rio de Janeiro com a família, ele veio também, e teve o seu quarto ao fundo da chácara. Um dia, reinando outra vez febres em Itaguaí, disse- lhe meu pai que fosse ver a nossa 1 escravatura. 9 José Dias deixou-se estar calado, suspirou e acabou confessando que não era médico. 10 Tomara este título para ajudar a propaganda da nova escola, e não o fez sem estudar muito e muito; mas a consciência não lhe permitia aceitar mais doentes.
— Mas, você curou das outras vezes.
— Creio que sim; o mais acertado, porém, é dizer que foram os remédios indicados nos livros. Eles, sim, eles, abaixo de Deus. Eu era um charlatão… Não negue; os motivos do meu procedimento podiam ser e eram dignos; a homeopatia é a verdade, e, para servir à verdade, menti; mas é tempo de restabelecer tudo.
Não foi despedido, como pedia então; meu pai já não podia dispensá-lo. Tinha o dom de se fazer aceito e necessário; dava-se por falta dele, como de pessoa da família.
Quando meu pai morreu, a dor que o pungiu foi enorme, disseram-me; 2 não me lembra. Minha mãe 3 ficou-lhe muito grata, e não consentiu que ele deixasse o quarto da chácara; ao sétimo dia, depois da missa, ele foi despedir-se dela.
— Fique, José Dias.
— Obedeço, minha senhora.
Teve um pequeno legado no testamento, uma apólice e quatro palavras de louvor.
Copiou as palavras, encaixilhou-as e pendurou-as no quarto, por cima da cama.
“Esta é a melhor apólice”, dizia ele muita vez. Com o tempo, adquiriu certa autoridade na família, certa audiência, ao menos; não abusava, e sabia opinar obedecendo. Ao cabo, era amigo, não direi ótimo, mas nem tudo é ótimo neste mundo. E não lhe suponhas alma subalterna; as cortesias que fizesse vinham antes do cálculo que da índole. A roupa durava-lhe muito; ao contrário das pessoas que enxovalham depressa o vestido novo, ele trazia o velho escovado e liso, cerzido, abotoado, de uma elegância pobre e modesta. Era lido, posto que de atropelo, o bastante para divertir ao serão e à sobremesa, ou explicar algum fenômeno, falar dos efeitos do calor e do frio, dos polos e de Robespierre. Contava muita vez uma viagem que fizera à Europa, e confessava que a não sermos nós, já teria voltado para lá; tinha amigos em Lisboa, mas a nossa família, dizia ele, abaixo de Deus, era tudo.
— Abaixo ou acima? Perguntou-lhe tio Cosme um dia.
— Abaixo, repetiu José Dias cheio de veneração. E minha mãe, que era religiosa, gostou de ver que ele punha Deus no devido lugar, e sorriu aprovando. José Dias agradeceu de cabeça. Minha mãe dava-lhe de quando em quando alguns cobres. Tio Cosme, que era advogado, confiava-lhe a cópia de papéis de autos.
Machado de Assis. Dom Casmurro. Em http://www.bibvirt.futuro.usp.br/content/view/full/1429.
Na referência do excerto, escravatura é exemplo de recurso de estilo em que:
a) a palavra expressa oposição;
b) a concordância é feita com a ideia de que a palavra expressa e não com a sua forma gramatical.
c) se toma o substantivo abstrato pelo concreto;
d) se muda a construção sintática no meio do enunciado;
e) se utiliza do exagero para evidenciar uma ideia.
Resposta: letra c.
Agora é com você!
Compreender a gramática e todas as suas regrinhas é um trabalho contínuo. Por isso, é fundamental que você sempre resolva questões e faça revisões, ok? E elas não devem ser só sobre o substantivo abstrato, mas sobre todo o conteúdo. Assim, os conceitos ficam sempre fresquinhos em sua mente!
Aproveite e confira o nosso post sobre o tema de complemento nominal, outro assunto que torce a cabeça da galera e que será devidamente entendido por você após a leitura!
