Você já ouviu falar sobre o Sistema de Seleção Unificado (Sisu)? Se estiver no Ensino Médio ou, então, em busca de começar uma graduação, já deve ter passado por essa sigla. Ele é considerado o maior programa de acesso ao Ensino Superior do Brasil, proporcionando acesso a mais de 260 mil vagas em instituições públicas de todo o Brasil.
E a tendência é que o número de vagas disponíveis aumente nos próximos anos. Então, é importante estar atento para conhecer todos os detalhes desse programa tão importante para os estudantes brasileiros.
Afinal, como ele funciona? Quem pode se inscrever? Qual o cronograma? Como funcionam as cotas universitárias nesse caso? Todas são perguntas muito válidas e que você verá todas as respostas a seguir!
Confira tudo sobre o Sisu a seguir!
- 1 O que é o Sisu?
- 2 Quais são os critérios para participar do Sisu?
- 3 Como o Sisu funciona?
- 4 Como escolher o melhor curso no Sisu?
- 5 Quais as diferenças entre Sisu, Prouni e Fies?
- 6 Qual a importância do Exame Nacional do Ensino Médio no acesso ao Ensino Superior?
- 7 Qual a importância do Sisu no acesso ao Ensino Superior no Brasil?
- 8 Evolução do sistema de Educação Superior no Brasil
- 9 Qual o perfil do estudante universitário no Brasil?
- 10 Como arrasar no Enem?
- 11 Dê seu primeiro passo no Ensino Superior com a Anhanguera!
O que é o Sisu?
O Sisu é um programa criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2009, que começou a valer a partir de 2010. E já em sua primeira edição, ele ofertou 47 mil vagas de acesso ao Ensino Superior público no Brasil.
A ideia era criar uma forma de acesso unificada para as Instituições de Ensino Superior (IES) do Brasil. Assim, em um mesmo portal, o candidato pode ter acesso às vagas de Universidades Federais, Estaduais, Municipais e Institutos Federais e Estaduais, que oferecem vagas para seus cursos de graduação.
O Sisu foi criado para trazer, também, um maior peso para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Antes da criação do programa, a prova era utilizada apenas para mensurar a qualidade do ensino nessa fase e criação de políticas públicas.
Quais são os critérios para participar do Sisu?
Por mais que o Sisu tenha sido uma política de aumento do acesso ao nível superior, não são todas as pessoas que estão concluindo ou concluíram o Ensino Médio que poderão participar. Por isso, atenção, pois essa parte é importante!
Mas afinal, quem realmente pode se candidatar a uma edição do Sisu? As regras são:
- Ter feito a prova do Enem do ano anterior a da abertura (por exemplo, para o Sisu 2024, é preciso ter feito o exame no ano de 2023);
- Você não pode ter feito a prova como treineiro (ou seja, só testando o modelo de prova, mas ainda não estar no final do Ensino Médio);
- Sua nota na redação não pode ter sido zero.
Como o Sisu funciona?
Você atende os critérios que viu acima? Ótimo, então está preparado para participar do processo seletivo da próxima edição! Porém, quanto mais conhecer sobre o processo, maiores são as chances de não errar e ainda traçar as melhores estratégias para aumentas as chances de aprovação.
Confira a seguir tudo sobre como o processo de seleção funciona!
IES participantes
Quando o Sisu foi criado, a ideia era garantir que a maioria das Instituições de Ensino Superior fizessem parte e, com isso, fosse atrativo para os estudantes. E deu certo.
São 127 instituições que fazem parte do programa de seleção unificada. Algumas instituições oferecem vagas apenas pelo Sisu, enquanto outras ainda possuem seus vestibulares tradicionais (sendo duas possibilidades de tentativa de entrada nesse caso).
Há, ainda, algumas IES que possuem seus programas de vestibular seriado. Nesse caso, o aluno faz uma prova ao final de cada ano do Ensino Médio, como uma forma de diluir o vestibular. É o caso, por exemplo, da UnB (Universidade de Brasília) e a UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).
Cronograma
Esse é um ponto que você precisa ficar de olho: o lançamento do cronograma do Sisu. E, principalmente, com as alterações implementadas a partir de 2024, isso ganha mais importância. Afinal, agora terá apenas uma única chamada anual, no primeiro semestre.
Ou seja, o começo das inscrições deve ser realizado em janeiro, já com as vagas destinadas tanto para o primeiro quanto para o segundo semestre. As datas são divulgadas com o edital, que normalmente é lançado pelo Ministério da Educação no final do ano anterior.
As principais fases do Sisu que aparecem no cronograma são:
- Lançamento do edital;
- Período de inscrições na plataforma;
- Resultado da chamada regular;
- Matrícula dos selecionados;
- Inscrição na lista de espera por quem não foi contemplado na chamada regular;
- Resultado da lista de espera e convocação dos alunos selecionados para matrícula.
Inscrições no Sisu
Esse é um dos pontos que mais geram dúvidas e os estudantes devem estar atentos para não perderem a oportunidade de entrar no seu curso dos sonhos. Afinal, você não quer, por exemplo, se matricular em um curso errado por descuido, não é mesmo?
Como essa é uma etapa que costuma deixar os estudantes mais ansiosos, separamos um passo-a-passo de como fazer a sua inscrição:
- Você deve entrar no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. Esse site foi criado para unir todos os programas federais para o Ensino Superior, incluindo o Prouni e Fies.
- Acesse a aba do Sisu no portal e clique em “entrar com Gov.br”. Insira os seus dados da conta Gov. Caso ainda não tenha, faça seu cadastro antes.
- Após o cadastro (ou caso já tenha sua conta), acesse com login e senha.
- Se é a primeira vez que está acessando a aba do Sisu no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, o site mostrará seus dados cadastrais e pedirá para confirmar. Analise se tem qualquer informação errada e que precise de correção, ok? Leia bem essa parte com atenção.
- Após confirmar, você acessará a aba de escolha do curso. Essas escolhas podem ser trocadas a qualquer momento, desde que o período de inscrição esteja aberto. No final, valerá a opção selecionada quando a plataforma fechar.
- São duas escolhas e elas são feitas por ordem de preferência. Por isso, pense bem em qual é a sua primeira opção, ou seja, a vaga dos seus sonhos. Escolha a instituição, curso e turno e, também, selecione qual concorrência deseja escolher (ampla concorrência ou cotas universitárias).
- Finalizou? Então é a hora de selecionar a sua 2ª opção de curso, ou seja, caso você não passe na primeira, vai concorrer a essa. Também é uma escolha que deve ser bem pensada. Siga os mesmos passos da fase anterior.
- Escolheu as duas? Vá até a tela “Confirmação”. Veja se todos os dados estão corretos. Nesse momento, vão ser exibidos os documentos necessários para fazer sua matrícula. Lembre-se de conferir eles, para já deixar separado, caso seja aprovado. Se tudo estiver certo, clique em “Confirmar minha inscrição nessa opção”,
- Uma tela com resumo de todos os dados das suas opções será apresentada. Esse ponto mostra que a inscrição foi finalizada e você já estará concorrendo às vagas.
Lista de espera do Sisu
Ok, o sistema encerrou, é hora de esperar os resultados saírem. Caso você não seja aprovado no resultado regular, não se preocupe, nem tudo está perdido. Nesse caso, é possível se candidatar a lista de espera.
Assim, caso os outros candidatos não façam a matrícula ou, então, eles desistam do curso, você poderá ser chamado. Mas, atenção! Só é possível fazer isso caso se inscreva no período destinado a isso.
Porém, diferentemente da chamada regular, você não pode entrar nas duas listas de espera. Então, pense em qual delas é a sua opção de preferência. E outro ponto, também não é possível mudar entre elas, então só marque quando tiver realmente certeza. E, também, a lista de espera vale por todo o ano, já que agora há só uma chamada anual.
Notas de corte
A nota de corte é a menor pontuação necessária para conseguir sua aprovação. Ou seja, é o valor obtido pelo último colocado dentro das vagas disponíveis na modalidade que você escolheu (ampla concorrência ou cotas).
Essa nota é exibida durante as inscrições, por meio das parciais, que são atualizadas recorrentemente, de acordo que as pessoas vão se inscrevendo nos cursos. Por isso, elas podem ir variando conforme o período de inscrições.
Por exemplo, você pode estar dentro das vagas disponíveis na segunda-feira e, poucos dias depois, não estar mais. Isso acontece porque, ao longo do período, outros candidatos com notas maiores fizeram a inscrição e a nota de corte subiu.
Assim, você vai ver que é comum os estudantes mudarem opções ao longo do período de inscrições no Sisu. Isso acontece porque eles percebem que saíram da classificação e alteram a escolha para uma opção na qual possuem maiores chances de ser aprovados.
Se você achar que vale a pena, essa pode ser uma estratégia interessante. Mas atenção! Sempre no último dia, confira para saber se a sua escolha está certa, pois ela que valerá para a classificação.
Cotas universitárias
Ao longo da história, na maior parte do tempo, o Ensino Superior não era acessível para alunos negros, quilombolas ou com condições socioeconômicas mais vulneráveis. Para reparar isso e diminuir desigualdades, surgiram as cotas universitárias, que completaram 10 anos em 2022.
O próprio ministro dos Direitos Humanos, Silvio de Almeida, ressalta essa importância:
“A lei de cotas raciais fez bem mais do que abrir as portas das universidades públicas para pessoas pobres, negras e indígenas. As batalhas por sua implementação revelaram o poder transformador das políticas públicas” — Silvio de Almeida
Mas como as cotas aparecem no Sisu? Saiba mais sobre elas a seguir.
Opções de cotas
Você sabia que 50% das vagas públicas das Instituições de Ensino Superior precisam ser destinadas às cotas? Isso é uma obrigação da Lei de Cotas atual. As demais são oferecidas para a ampla concorrência.
Se você optar pelas cotas, lembre-se de que é preciso atender a todos os critérios. Ou, caso contrário, poderá ser desclassificado. No Sisu, são 8 grupos disponíveis que você pode optar. Estão entre eles:
- Grupo L1: candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo, que tenham feito todo o Ensino Médio em escolas públicas.
- Grupo L2: candidatos que se autodeclarem pretos, pardos ou indígenas, que tenham renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e tenham feito todo o Ensino Médio em escola pública.
- Grupo L5: candidatos que, independentemente da renda familiar, tenham feito todo o Ensino Médio em escolas públicas.
- Grupo L6: candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda familiar, tenham feito todo o Ensino Médio em escolas públicas.
- Grupo L9: candidatos com deficiência que tenham renda familiar bruta per capita igual ou com valor inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham feito o Ensino Médio integralmente em escolas públicas.
- Grupo L10: candidatos com deficiência que se autodeclarem pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham feito todo o Ensino Médio em escolas públicas.
- Grupo L13: candidatos com deficiência que, independentemente da renda, tenham feito o Ensino Médio todo em escolas públicas.
- Grupo L14: candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda, tenham feito todo o Ensino Médio em escolas públicas.
Novidades nas cotas
A nova Lei de Cotas trouxe algumas mudanças que impactam diretamente nas opções possibilitadas pelo Sisu. E isso torna o processo mais justo, mas é importante estar de olho para entender como essa alteração funcionará.
Antes, quando você optava por um dos grupos, só disputava as vagas com outros cotistas. Com as alterações, todos os estudantes, em primeiro lugar, passam pela avaliação da ampla concorrência. Depois dessa primeira classificação, aí, sim, são definidos os aprovados nas cotas.
Ficou confuso? Calma, que explicaremos!
Imagine que você é um candidato que pode optar pela inscrição pelo grupo L1, atendendo a todos os pontos que o grupo exige. Quando a plataforma fecha para inscrições, o sistema começa a fazer o ranqueamento dos candidatos.
Nesse primeiro momento, a avaliação coloca todos os alunos na ampla concorrência e roda a seleção — incluindo o seu nome! Então, vamos supor que a nota de corte seja 780 e você tenha tirado 800 pontos, ou seja, seria aprovado na classificação na ampla concorrência.
Nesse caso, sua aprovação será nesse grupo, não sendo preciso apresentar documentos comprobatórios. O interessante nessa mudança é que, assim, abre-se uma vaga para outro aluno poder ser aprovado pelas cotas, aumentando o número de estudantes que se enquadram nas condições das ações afirmativas.
Essa alteração ajuda a aumentar a diversidade no Ensino Superior e oferece mais possibilidades para quem está em condições socioeconômicas vulneráveis. Foi uma forma de corrigir algumas distorções que aconteciam devido ao modelo anterior.
Ok, mas e se você não for aprovado na ampla concorrência? Nesse momento, sua nota é avaliada junto com outros candidatos que também não foram aprovados nas vagas gerais e que se inscreveram para o mesmo grupo que você. Caso sua pontuação esteja acima da nota de corte, será aprovado.
Documentos para comprovação de enquadramento nas cotas
Foi aprovado como cotista? Parabéns! Então é o momento de separar os documentos que vão provar a sua condição e garantir a sua vaga.
São os itens exigidos dos candidatos no ato da matrícula:
- Cotas relacionadas com raça e cor: você deverá apresentar uma autodeclaração. Posteriormente, o candidato aprovado passa por uma banca de heteroidentificação. Elas foram criadas, justamente, para combater fraudes de pessoas que se inscreviam nesses grupos, mas não se enquadravam nos critérios do grupo;
- Cotas relacionadas com renda: o candidato deve apresentar a Folha Resumo do Cadastro Único. Ele é obtido no Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) da sua cidade. Caso não consiga, outra possibilidade é apresentar uma declaração da composição da renda bruta de todos os membros da família que moram na mesma residência.
- Cotas relacionadas com escolaridade: apresente o seu histórico escolar do Ensino Médio, provando que fez essa etapa em escola pública.
Como escolher o melhor curso no Sisu?
Para muitos estudantes, essa etapa pode ser um desafio ainda maior do que ter uma boa nota no Enem, sabia? Afinal, muitos alunos sentem um peso em fazer uma escolha tão importante quando ainda são tão novos, já que, socialmente, é como se estivesse escolhendo uma carreira para vida toda.
Em primeiro lugar, relaxe. Caso você não se sinta ligado ao curso escolhido, sempre é possível recomeçar. Mas claro, caso você tenha dúvidas ou não saiba por onde começar, vem com a gente que vamos trazer algumas dicas que podem facilitar a escolha do seu curso dos sonhos!
Considere suas afinidades e habilidades
Seja pensando em uma carreira ou para passar por um novo aprendizado, é muito importante que essa trajetória seja confortável. Uma forma de escolher um curso para sua formação é pensando nas áreas com as quais possui maior afinidade e suas habilidades.
Por exemplo, pessoas que gostam de escrever podem se interessar por Marketing, Jornalismo ou Letras — em todos, você encontrará uma formação em que possa trabalhar com isso no futuro e aprimorar suas técnicas.
Considere, por exemplo:
- O que você gosta de fazer no seu tempo livre?
- Em quais atividades você se destaca?
- Quais são as disciplinas com as quais você tem afinidade? E quais você não gostaria de lidar mais em sua trajetória?
- O que você sente que gostaria de fazer por vários anos e não ficaria enjoado com isso?
Essas perguntas podem funcionar como um mapa, orientando para suas escolhas. Para quem não sabe muito bem quais são as suas áreas de interesse (e, também, de desinteresse) e ajudar a começar a definir algumas opções.
Outra possibilidade é contar com testes vocacionais feitos por profissionais habilitados. Eles apontam prováveis áreas de interesse e podem, também, ser um bom ponto de partida para escolher o seu curso.
Veja a avaliação das instituições e dos cursos
Já pensou em como uma boa instituição e um curso de qualidade podem interferir positivamente na sua formação? Pois é, um nome de peso no seu currículo pode ser responsável por conquistar excelentes vagas no futuro.
Para escolher a melhor opção, é importante ver as principais avaliações de cursos, faculdades e universidades. Por ser um tema tão importante, tanto o MEC quanto outras instituições fazem análises para identificar quais são aquelas que proporcionam melhor experiência para formação dos estudantes.
Entre as avaliações que vale a pena ficar de olho, estão:
- Índice Geral de Cursos (IGC), feito pelo MEC;
- Notas do Enade, com as provas feitas pelo INEP;
- Guia do Estudante;
- Ranking de Universidades Folha (RUF).
Se você tiver dúvidas sobre mais de uma opção, as pontuações podem ajudar a decidir quais serão as suas prioridades. Mas sua escolha pode levar em consideração outros pontos importantes, entre eles:
- Programas de intercâmbio;
- Realização de projetos de pesquisa;
- Laboratórios modernos, entre outras opções.
Considere a possibilidade de mudança de cidade ou estado
Um dos motivos pelos quais o Sisu foi criado está relacionado com a facilidade em proporcionar aos estudantes a possibilidade de tentarem vagas em todo o Brasil. Apesar de muito atrativo, isso demanda cuidado, para não desperdiçar sua oportunidade.
Por exemplo, ao escolher uma instituição em outro estado, é importante considerar se você poderá se mudar para outra cidade ou estado. Caso contrário, poderá perder a vaga e não é legal isso, não é mesmo?
Então, antes de fazer a sua escolha, converse com sua família para avaliar essa possibilidade. Além disso, outra solução é analisar se a instituição escolhida possui programas de assistência e morada estudantil.
Analise o mercado e a futura carreira
Outro ponto importante para sua escolha é saber se o curso escolhido vai realmente abrir boas portas para sua carreira no futuro. Afinal, isso influencia no tempo em que demorará para poder começar a trabalhar.
Algumas dicas para ajudá-lo nesse ponto são:
- Analise pesquisas e tendências de mercado para os próximos anos. Considere que sua carreira será a longo prazo, então veja se é uma área que vai se sustentar bem nos próximos 10 anos, pelo menos;
- Conheça mais detalhes sobre a rotina do profissional e pense se isso está alinhado com suas aptidões e interesses;
- Converse com outros profissionais da área, para conhecer mais sobre as dinâmicas do dia a dia e ver se está alinhado com suas perspectivas.
Quais as diferenças entre Sisu, Prouni e Fies?
Quando falamos sobre o Sisu, estamos mencionando um dos programas mais importantes de acesso ao Ensino Superior do país. Com o Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), são capazes de proporcionar maior facilidade no acesso a praticamente todos os cursos de graduação do país.
E como eles são acessados, inclusive, pela mesma plataforma, é bem comum algumas confusões e dúvidas surgirem ao falar sobre cada um deles. Então, vem com a gente e entenda melhor as principais características e diferenças entre eles.
Sisu
O Sistema de Seleção Unificado é direcionado para o acesso às Instituições de Ensino Superior (faculdades, universidades e institutos) do país. Com ele, os estudantes utilizam a nota do Enem para tentar ingressar nas principais unidades federais e estaduais do Brasil.
Prouni
O Programa Universidade para Todos (Prouni) é voltado para conceder bolsas de estudos em instituições privadas para estudantes que não teriam condições de pagar os valores integrais. Ele pode fornecer bolsas parciais (50%) e 100% (integrais) e utiliza a nota do Enem para a seleção.
Fies
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) fornece financiamento para que os estudantes possam diluir o valor do curso e conseguir arcar com o valor das mensalidades.
Com o surgimento do Fies Social, há ainda alguns candidatos que poderão financiar o valor integral do curso e só começar a pagar sua formação quando se graduarem.
Ele complementa as possibilidades do Prouni, já que contempla alguns alunos que não se enquadram no primeiro programa (ou não foram aprovados).
Quem não foi contemplado com bolsa pode, depois, tentar o Fies, já que os cronogramas são separados e, normalmente, o Fies é o último processo seletivo realizado, após Sisu e Prouni.
Qual a importância do Exame Nacional do Ensino Médio no acesso ao Ensino Superior?
Ao longo de todo esse texto, até falando sobre outros programas, você viu que o Enem aparece neles todos, não é mesmo? O exame é, atualmente, a maior porta de entrada para universidades públicas e privadas do Brasil (até mesmo no acesso direto escolhido por cada instituição).
Algumas, até mesmo, oferecem bolsas próprias baseadas na pontuação dos candidatos. Sabia disso?
O próprio surgimento do exame mostra a importância dele para as políticas públicas de ensino no Brasil. Inicialmente, essa era uma prova feita para medir a qualidade do Ensino Médio no país.
Porém, com as políticas de democratização de acesso ao Ensino Superior, a partir de 2010, ele se tornou uma espécie de “substituto” dos vestibulares tradicionais.
Muitos que estão terminando o Ensino Médio agora não vão se lembrar, mas antes do Enem, cada universidade tinha a sua própria prova, com seu padrão de questões, literaturas obrigatórias e uma data específica para a realização. Isso causava muitos conflitos.
Por exemplo, o aluno precisava estudar para vários vestibulares, viajar para fazer as provas e, muitas vezes, os cronogramas batiam e ele precisava escolher qual exame fazer. Com o uso do Enem nos principais programas de acesso, isso ficou muito mais fácil, já que você precisará estudar para uma única prova, praticamente, ao longo do ano.
Qual a importância do Sisu no acesso ao Ensino Superior no Brasil?
O Sisu surgiu junto com uma série de mudanças realizadas a partir de 2010, visando facilitar os processos de inscrição dos alunos. A partir dele, não foi mais preciso o deslocamento para diversas cidades para fazer as provas de instituições diferentes.
Para muitas famílias, inclusive, isso era inviável, devido aos custos. Com o Sisu, o aluno faz o Enem na sua cidade e consegue se inscrever em instituições de todo o país, sem custos.
Ele também passou a impedir o choque de cronogramas semelhantes, que levava a alunos terem que decidir quais provas iriam realizar. Isso tornava o processo muito cansativo e desgastante para os candidatos e suas famílias.
Outro ponto é que o Sisu facilitou a agilidade dos processos seletivos: entre a inscrição e o resultado da primeira chamada, são poucos dias de distância. No modelo anterior, esse processo poderia demorar meses!
Com o Sisu, o desgaste, cansaço e custos financeiros para buscar sua vaga no Ensino Superior diminuíram consideravelmente. Ou seja, você só precisa focar em fazer uma boa prova do Enem e acompanhar os cronogramas do edital. Muito mais fácil, não é mesmo?
Evolução do sistema de Educação Superior no Brasil
O Sisu é um dos símbolos de uma nova fase da Educação Superior no Brasil e sua evolução nos últimos 15 anos. Esse processo de expansão começa há quase 30 anos, no final dos anos 1990 e vem acentuando até o começo do Reuni, em 2007.
O projeto visava fazer uma reestruturação para chegar à graduação, aumentando o número de vagas e facilitando que estudantes de regiões longe dos grandes centros conseguissem disputar as vagas com outros concorrentes.
Inclusive, se quiser acompanhar como foi essa evolução, veja o mapa que está no site do Ministério da Educação. Vale a pena matar essa curiosidade.
Nesse processo, que estruturou o Sisu, surgiram 53 universidades federais e 126 campi universitários novos, em todo o país, principalmente, em locais fora das capitais, permitindo que os estudantes pudessem fazer seu curso mais perto da família.
Para muitos, fazer uma graduação é a realização do sonho de uma vida! Afinal, é uma forma de poder seguir na carreira dos sonhos. Também é o primeiro passo para quem deseja seguir na carreira acadêmica, já que é necessário ter a graduação para poder entrar no mestrado e, depois, doutorado.
Além disso, alguns dados também mostram a importância dessa formação para sua carreira. Segundo o índice ABMES/Symplicity de Empregabilidade 2023, tivemos um aumento no número de alunos graduados que conseguem entrar no mercado de trabalho mais rapidamente. Em média, 75,6% dos estudantes são empregados até um ano após a colação de grau.
A mesma pesquisa aponta que há uma diferença significativa nos salários entre quem possui uma graduação e quem não tem. Ou seja, você poderá melhorar bastante sua qualidade de vida com uma melhor qualificação!
Qual o perfil do estudante universitário no Brasil?
Você conhece o perfil do estudante universitário no Brasil? Alguns dados levantados pelo Mapa do Ensino Superior, de 2020, são interessantes acompanhar. Em média, as pessoas que fazem graduação no Brasil possuem as seguintes características:
- Raça: maioria branca;
- Gênero: maioria do gênero feminino;
- Idade: média fica entre 19 e 24 anos;
- Tipo de ensino: a maioria dos alunos está em instituições privadas;
- Turno: maioria estuda à noite e trabalha durante o dia;
- Outras características: ainda moram com os pais, trabalham para complementar a renda e, a maioria, fez Ensino Médio em escolas públicas.
Porém, a tendência é que boa parte desse perfil mude. Por exemplo, os programas de ações afirmativas querem trazer maior diversidade étnica-racial nas universidades.
Os auxílios e medidas de permanência visam facilitar a dedicação exclusiva dos alunos, quando possível, para que eles não precisem trabalhar durante a formação.
Para isso, muitos locais oferecem bolsas de estudos, auxílio permanência, moradias estudantis, entre outros. Com isso, temos uma tendência no aumento de diversidade nas instituições de ensino superior.
Como arrasar no Enem?
Seja pelo Sisu ou por outros programas de acesso e, até mesmo, caso queira ingressar em uma instituição particular, fato é: você precisará ter uma boa nota no Enem para conquistar sua vaga.
Principalmente, porque zerar alguma prova ou redação pode excluí-lo das principais possibilidades de acesso. Então, continue lendo e confira dicas que ajudarão em uma preparação de sucesso para sua prova!
Cuide do seu cronograma
Quando você faz uma viagem, planeja os passos dela, não é mesmo? Isso ajuda a saber o que fazer, caso algum problema aconteça (por exemplo, se chover nos dias em que estiver na cidade).
O mesmo vale para a preparação para o Enem: ela ajuda a saber o que fazer tanto até a prova quanto, também, a como lidar com cenários de imprevistos.
Com essa preparação, você consegue identificar o que vai estudar todos os dias e acompanhar seus resultados até o dia do exame. Por isso, defina o tempo que poderá estudar todos os dias e equilibre os temas que já domina com aqueles que tenha maior dificuldade e precisará revisar mais vezes.
Lembre-se de pensar em metas realistas! Não adianta, por exemplo, querer estudar 14 horas por dia, se você ficará desgastado e não conseguirá fazer isso. Só vai proporcionar estresse e frustração. Ah, e não deixe o descanso de lado, ok?
Além disso, a disciplina será sua maior aliada: vale mais a pena estudar 30 minutos todos os dias do que estudar por horas após ter passado vários dias sem tocar no seu material de estudos.
Treine com exercícios
Os exercícios de fixação ajudam a testar se você realmente está dominando alguns assuntos e, caso contrário, saiba quais são os pontos que precisam de mais revisões. Afinal, muitas vezes podemos achar que entendemos um conteúdo e, na verdade, termos confundido algum termo.
Separe um tempo da sua rotina de estudos para essa prática. Uma questão por dia pode fazer toda a diferença na sua preparação! Comece pelos exercícios mais fáceis e vá subindo o nível de dificuldade ao longo do tempo.
Refaça provas antigas
O Enem tem uma peculiaridade: é uma prova com um estilo próprio, diferente de outros vestibulares tradicionais. São questões com maior volume de texto, mais contextuais, que podem ser interdisciplinares.
Por isso, refazer provas antigas ajuda a se acostumar com esse estilo e medir quanto tempo precisa para resolver o exame. Isso ajuda a traçar estratégias de prova e diminuir os riscos de precisar fazer algumas questões correndo ao final, pois está próximo ao término da prova.
Não se esqueça da redação
A redação é um dos pontos mais importantes da sua prova. Além de ter um peso grande, caso você a zere, não poderá se inscrever no Sisu, Prouni, Fies e nos processos seletivos próprios das faculdades e universidades particulares.
Como esse é um ponto que muitos estudantes possuem dificuldades, o que pode ajudar? Treino. Muito treino. Então, separe um tempo da sua preparação para treinar a capacidade de argumentação e escrever textos claros, coesos e coerentes.
Além disso, estudar sobre temas da atualidade será fundamental para mergulhar em pontos que podem cair no seu exame. Por exemplo, o tema da redação de 2023 é um assunto que tem sido muito discutido em redes sociais: “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
Confira também: no Stoodi, veja mais sobre o Sisu!
Dê seu primeiro passo no Ensino Superior com a Anhanguera!
Como você viu, o Sisu é uma das muitas possibilidades de acesso ao Ensino Superior no Brasil. Mas, além dele, é possível também contar com diversas outras opções que vão proporcionar uma formação de qualidade, inclusive, nas instituições particulares.
Nesse segundo caso, você pode contar com as melhores graduações com a Anhanguera! Com sua nota no Enem, você pode se inscrever em um de nossos cursos, que inclui bacharelados tradicionais e tecnólogos e opções para cursos presenciais, semipresenciais e ensino à distância (EaD).
Venha para a Anhanguera! Faça sua inscrição em um de nossos cursos.