O que é a regência verbal e como estudar essa matéria?

estudante conferindo regência verbal

Estudar os conteúdos de Língua Portuguesa é uma tarefa que tem dupla função: tanto podem ser cobrados no Enem, na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, quanto ser usados para melhorar a redação nesse Exame e em vestibulares.

Escrever bem, sem erros de Português, é um diferencial na hora de um processo seletivo e no dia a dia do trabalho. Afinal, quem tem dificuldades com a norma culta do idioma costuma ter problemas em algumas situações mais formais.

Um dos pontos que merecem sua atenção é a regência verbal. Se já ouviu falar sobre isso, mas não se recorda muito bem, continue a leitura e entenda, de forma simples, o que é regência e como o tema é cobrado nas provas!

O conceito de regência verbal

Antes de saber o que é e para que serve a regência verbal, precisamos entender o conceito de regência. Imagine uma orquestra, em que um maestro rege os músicos. Nesse caso, cada pessoa com um instrumento diferente precisa seguir o que o maestro (regente) está pedindo, certo?

Agora, vamos usar essa imagem em um contexto de palavras: algumas regem outras, ou seja, tudo o que um termo pede, o outro tem de seguir. Veja, em um exemplo, como ocorre a “regência” em uma frase:

  • Mari gosta de balé.

Perceba que o verbo “gostar” pede um complemento. Quem gosta, gosta DE alguma coisa. Por isso, dizemos que Mari gosta de balé, e não “Mari gosta balé”. Então, podemos afirmar que, nesse caso, esse verbo rege o complemento: um termo que precisa da preposição “de” para fazer sentido.

Falando em sentido, sabia que existem verbos que mudam de significado dependendo da regência? O exemplo mais comum é “assistir”:

  • Ele assistiu em Londrina vários anos (morou).
  • Ele assistiu os pacientes infectados (prestou assistência).
  • Ele assistiu ao jogo pela TV (presenciou).

Essa significação vai depender da transitividade do verbo. Isto é, se ele tem predicação completa ou não. Entenda essa classificação!

Verbos intransitivos

São chamados de verbos intransitivos os que têm sentido completo, ou seja, não precisam de outros termos para integrar o predicado. Veja os exemplos:

  • Choveu.
  • O céu escureceu.
  • Os animais morrem.

Nessas frases, o verbo não precisa de complemento para que seja compreendido. A ação do verbo está contida nela, mas outras informações a respeito da circunstância (quando, onde, por que, como etc.) em que a ação ocorre podem ser incluídas na frase:

  • Hoje choveu muito.
  • O céu escureceu pela manhã.
  • Os animais morrem de fome no pasto.

Verbos transitivos

Nesse caso, o sentido do verbo fica incompleto na frase. Ele precisa de um complemento, que é chamado de objeto, para que tenha significado.

Você se lembra de ter estudado objeto direto e objeto indireto? Então, esses nomes são dados aos complementos verbais. O que os diferencia é a presença ou ausência de preposição (aquela que citamos lá no começo, lembra?).

Diretos

O verbo transitivo direto, como o nome indica, precisa de complemento sem preposição: a ligação entre o verbo e o complemento é direta. Observe:

  • Tica ama flores = quem ama, ama alguém ou alguma coisa.
  • O governador construiu um palácio = quem constrói, constrói alguma coisa.

Viu como é fácil? Basta fazer a pergunta ao verbo: quem fez o quê?

Indiretos

No caso do verbo transitivo indireto, é necessária a presença de uma preposição para complementar seu sentido.

Tour pela prova do Enem
  • Ninguém precisa de você = precisar de alguém.
  • A morte sucede à vida = suceder a alguma coisa.

É justamente a regência verbal, no contexto da oração, é que vai decidir se o verbo precisa ou não de preposição. Ou, ainda, qual preposição é adequada. Veja as diferenças:

  • Mário fala demais (verbo intransitivo) = “demais” é adjunto adverbial de intensidade.
  • Diana falou de você (verbo transitivo indireto) = “de você” é objeto indireto.
  • Falamos sobre o tempo (verbo transitivo indireto) = “sobre o tempo” é objeto indireto.
  • Ele falou bobagem (verbo transitivo direto) = “bobagem” é objeto direto.

Atenção a esse ponto: a regência do verbo vai ser definida pelo contexto em que ele se encontra, certo? Agora, para saber como treinar essa matéria e como ela é cobrada nas provas, continue a leitura!

Regência verbal no Enem

Como mencionamos, esse conteúdo, assim como as regras gramaticais pura e simplesmente, não é cobrado de forma explícita no Enem. Ou seja, você não vai encontrar questões de classificação de verbos nem precisará dar nome aos termos da oração.

Porém, é importante saber a matéria para aplicá-la em questões de interpretação de textos, essas sim, são presença garantida na prova! Além disso, na prova de redação do Enem, você deve fazer uso da norma culta da língua, e isso inclui acertar a regência do verbo.

Os verbos ir e chegar, por exemplo, rejeitam a preposição em, tão comum na linguagem coloquial:

  • Eu fui na missa/Eu fui à missa.
  • Cheguei na escola/Cheguei à escola.
  • Vamos no cinema?/Vamos ao cinema?

Note que a segunda frase de cada item é a considerada padrão, correta de acordo com a norma culta.

Regência verbal no vestibular

Em vestibulares e concursos, é mais comum encontrarmos questões como a que segue:

(UFM) Observe a regência verbal e assinale a alternativa que não contraria a norma culta:

a) Amanhã responderei essa carta.

b) Ele prefere a televisão ao cinema.

c) Ele prefere mais a televisão do que o cinema.

d) Informei-lhe do resultado do exame.

Resposta: letra b.

As diferenças entre a regência verbal e nominal

Se você chegou até aqui e entendeu o que é regência verbal, fica fácil compreender a regência nominal. O processo é o mesmo. O que muda é que, em vez de complementar o sentido do verbo, é o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) que fica incompleto sem o termo.

  • Túlia tem desprezo por Kátia = desprezo (substantivo) por alguém.
  • Somos imunes à vacina = imunes (adjetivo) a alguma coisa.

Estudar regência envolve vários outros tópicos, como transitividade verbal e uso de pronomes oblíquos que exercem função de objeto. Procure estar atento à matéria, inclusive quando estiver lendo sobre outros temas. Você vai perceber como a regência constrói uma linha coerente entre as palavras no texto. É importante, ainda, fazer exercícios variados sobre o tema, o que você consegue no Trilha do Enem.

Enfim, Enem ou vestibular, em qualquer uma das opções, você terá que escrever um texto. E é bom não perder pontos devido a erros de Português na redação, concorda? Por isso é tão importante entender as regrinhas básicas da nossa língua, principalmente as que não são tão utilizadas em variações linguísticas mais coloquiais.

Agora que você já viu como funciona a regência verbal, que tal aprender a organizar seus estudos para o Enem? Baixe nosso material gratuito e não deixe nenhum conteúdo importante para trás!

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