Como aprender morfologia para o Enem? Descubra neste artigo!

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Para quem está se preparando para vestibulares e Enem, estudar a morfologia do Português é fundamental. Afinal, somente entendendo como é a formação e o funcionamento das palavras é que você conseguirá partir para outros níveis da gramática, como a sintaxe.

Sim, estamos diante do primeiro nível gramatical: o que estuda cada palavra isoladamente. Você se lembra das definições de substantivos, adjetivos, pronomes etc.? Então, está no lugar certo! Continue a leitura e tire suas dúvidas sobre a morfologia!

O que é morfologia?

A morfologia é a área da gramática que estuda os morfemas, que são as menores unidades dotadas de sentido na língua. Além disso, agrupa as palavras em classes, de acordo com suas funções e características em comum, olhando para cada uma isoladamente, isto é, fora do contexto da frase.

Por exemplo, podemos decompor a palavra “caderninho” em cadern + inho, sendo que “cadern” é o radical dessa palavra e refere-se ao artigo de papelaria, e “inho” é sufixo que indica o diminutivo.

Aqui, temos dois morfemas, pois são as duas unidades mínimas que carregam algum sentido, mesmo que só funcionem juntas.

Quais são os principais elementos mórficos?

Já citamos dois elementos mórficos: os radicais e os sufixos. Veja como eles são definidos, além de conhecer outros.

Radical

O radical é o núcleo de uma palavra. É a partir dele que ocorrem os processos de formação de palavras. Veja:

  • feliz;
  • infeliz;
  • felizmente;
  • felicidade;
  • felicíssimo.

Todos esses exemplos compartilham de um mesmo núcleo, “feli”. Esse radical é o responsável pela significação principal dessa família de palavras.

Desinências

Indicam a flexão das palavras variáveis, podendo ser:

  • desinências nominais: indicam gênero (garoto/garota) e número (garoto/garotos);
  • desinências verbais: indicam modo e tempo (modo-temporais), pessoa e número (número-pessoais). Ex.: quer-ía-mos — “ía” indica o pretérito imperfeito do indicativo, e “mos” indica a primeira pessoa do plural.

Afixos

Os afixos são elementos mórficos que, quando acrescidos a um radical, criam uma nova palavra. Eles podem ser:

  • prefixos: colocados antes do radical. Ex.: antígeno, dislexia, hipotermia.
  • sufixos: colocados depois do radical. Ex.: papelada, arvoredo, pizzaria.

Elementos de ligação

Para formar algumas palavras, precisamos de elementos de ligação entre o radical e os demais elementos mórficos. Podem ser vogais ou consoantes. Veja: em “cafeteira”, o “t” liga o radical “cafe” ao sufixo “eira”.

O que são as classes morfológicas?

Dentro da Língua Portuguesa, existem 10 classes de palavras. O primeiro nível de classificação é se elas são variáveis ou invariáveis, ou seja, se podem flexionar-se ou não em algumas das desinências que já comentamos. São elas:

  • variáveis: substantivos, adjetivos, pronomes, verbos, artigos e numerais;
  • invariáveis: advérbios, conjunções, preposições e interjeições.

Substantivos

São palavras que dão nome às coisas no mundo, sejam seres, objetos, sentimentos etc. Essa classe ainda pode ser classificada de acordo com o tipo de substantivo:

  • comum: nomeia as coisas de um modo genérico. Ex.: cidade, homem;
  • próprio: nomeia as coisas de forma particular. Ex.: Curitiba, João;
  • concreto: nomeia coisas que não dependem de outras para existirem (sejam reais ou imaginárias), como animais, pessoas, lugares e fenômenos naturais. Ex.: tigre, país, noite, tempestade;
  • abstrato: nomeia coisas que só existem a partir de outras coisas no mundo, como sentimentos, ações e estados de espírito. Ex.: fome, saudade, riqueza;
  • coletivo: nomeia a reunião de coisas de um mesmo tipo/espécie. Ex.: arquipélago (conjunto de ilhas), elenco (conjunto de atores), alcateia (conjunto de lobos);
  • simples: formado por uma única palavra. Ex.: carro, alegria.
  • composto: formado por mais de uma palavra. Ex.: guarda-sol, beija-flor.
  • primitivo: não deriva de outro substantivo. Ex.: casa, ferro.
  • derivado: é formado a partir de outro substantivo, o acréscimo de afixos. Ex.: casarão, ferrugem.

Adjetivos

São palavras que expressam uma característica do substantivo que a acompanha, seja ela uma qualidade, um defeito ou um estado. Ex.: criança alegre, homem paciente, país destruído.

A função dessa classe de palavras também pode ser cumprida por uma locução adjetiva, quando são necessárias duas ou mais palavras para caracterizar o substantivo. Ex.: dor de estômago (estomacal); carinha de anjo (angelical).

Pronomes

São palavras que podem substituir ou determinar um nome (substantivo). Classificam-se em:

  • pessoais de caso reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas;
  • pessoais oblíquos tônicos: dê para mim, saudades de ti;
  • pessoais oblíquos átonos: dê-me!, preciso lhe dizer, eu as estimo;
  • pessoais de tratamento: Vossa Excelência, senhorita;
  • possessivos: minha bolsa, vosso papel;
  • demonstrativos: esse/este, aquela, aquilo;
  • interrogativos: que, quem, quando, quanto, qual;
  • relativos: cujo, o qual, onde, em que;
  • indefinidos: algum, ninguém, muito, qualquer, vários etc.

Verbos

São palavras que indicam ações e podem ser flexionadas não só em pessoa, número e grau, mas também em tempo e modo. Ex: andar, desejar, chover.

Artigos

São palavras que acompanham os substantivos, indicando se são precisos ou generalizados, recebendo o nome, respectivamente, de:

  • definidos: o/a , os/as;
  • indefinidos: um/uma, uns/umas,

Numerais

São palavras que indicam a quantidade das coisas, relacionando-se com o substantivo. Ex.: três porquinhos, café duplo, ambos os irmãos, o dobro de atividades.

Advérbios

São palavras que expressam circunstâncias capazes de modificar o sentido do verbo, do adjetivo ou de outro advérbio. Dividem-se em advérbios de:

  • modo: bem, mal, calmamente, devagar etc.;
  • intensidade: bastante, muito, pouco, tanto, menos etc.;
  • lugar: aqui, ali, lá, dentro, fora, atrás, longe etc.;
  • tempo: sempre, ontem, nunca, outrora, primeiramente etc.;
  • negação: jamais, tampouco, nem etc.;
  • afirmação: certamente, decididamente, deveras etc.;
  • dúvida: provavelmente, talvez, quiçá etc.

Existem também as locuções adverbiais, quando há a necessidade de usar duas ou mais palavras cumprindo a função de advérbio. Ex.: era uma vez, há muito tempo, de novo, ao lado.

Preposições

São palavras que estabelecem a relação de sentido entre os termos da oração. Ex: disse a você, contou para a mãe, prova de Português, deixou em cima.

É comum que as preposições e os artigos passem por contração. Ex.: dos (de + os), à (a + a), numa (em + uma), pelo (por + o).

Do mesmo modo, a contração pode ocorrer entre preposições e pronomes. Ex.: dele (de + ele), naquela (em + aquela), comigo (com + mim).

Conjunções

São palavras que ligam termos que têm a mesma função sintática dentro da oração. Podem ser de vários tipos, entre eles:

  • aditivas: e, não só, nem;
  • adversativas: mas, porém, contudo;
  • conclusivas: por isso, portanto, logo;
  • explicativas: porque, assim, pois;
  • proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que.

Interjeições

Por fim, as interjeições são as palavras que exprimem emoções ou sensações. Ex.: “Ai!” (indica dor), “Bravo!” (indica admiração), “Poxa vida!” (indica decepção).

Como esse assunto cai no Enem?

No Enem, a análise morfológica normalmente é cobrada a partir da interpretações de texto. Sem conhecer as classes de palavras e as funções desempenhadas por cada uma, o estudante terá dificuldade para entender como as ideias se relacionam no enunciado.

O conhecimento sobre a morfologia do Português também é essencial para escrever a redação. Além disso, algumas questões podem fazer perguntas diretas sobre a função das palavras. Veja o exemplo de uma questão do Enem 2019:

Questão 20 (Caderno Amarelo)

Toca a sirene na fábrica,

e o apito como um chicote

Tour pela prova do Enem

bate na manhã nascente

e bate na tua cama

no sono da madrugada.

Ternuras da áspera lona

pelo corpo adolescente.

É o trabalho que te chama.

Às pressas tomas o banho,

tomas teu café com pão,

tomas teu lugar no bote

no cais do Capibaribe.

Deixas chorando na esteira

teu filho de mãe solteira.

Levas ao lado a marmita,

contendo a mesma ração

do meio de todo dia,

a carne-seca e o feijão.

De tudo quanto ele pede

dás só bom-dia ao patrão,

e recomeças a luta

na engrenagem da fiação.

MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1964.

Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais:

a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático.

b) auxilia na caracterização física do personagem principal.

c) acrescenta informações modificadoras às ações dos personagens.

d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto.

e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes.

É claro que, para responder essa questão, você precisa pelo menos identificar as formas verbais e pronominais no poema, concorda? A resposta correta é a “e”.

Diante dessa leitura, você viu que estudar morfologia não é difícil, mas exige dedicação, já que são muitas categorias para se lembrar. O segredo é não decorar, mas sim tentar entender, de fato, como cada classe exerce sua função na oração.

E aí, conseguiu chegar à reposta da questão do Enem? Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Deixe um comentário!

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