O entendimento das classes gramaticais e suas peculiaridades é o primeiro e mais importante passo tanto para a compreensão de outras normas gramaticais quanto de uma escrita livre dos erros de Português mais comuns.
Ou seja, embora elas não sejam tema da redação diretamente, seu estudo pode aumentar bastante as chances de você tirar uma boa nota. Abaixo, você confere o básico sobre as classes gramaticais, e recomendamos que inclua o assunto no seu plano de estudos para o Enem, que você pode elaborar acessando o Trilha do Enem.
Continue conosco! Ao final da leitura você saberá:
O que são classes gramaticais?
As classes gramaticais são um método de divisão dos vocábulos que leva em conta o papel que assumem em uma frase, assim como a maneira como eles se modificam para transmitir o sentido com mais clareza.
Trata-se de uma divisão das palavras da Língua Portuguesa baseada naquilo que a Morfologia — estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras — recomenda como base de estudos.
Quais são as principais classes gramaticais?
A Morfologia da Língua Portuguesa divide as palavras em dez classes diferentes. Cada uma dessas classes tem comportamento distinto, no que diz respeito às modificações que sofre (ou não) para se adequar ao contexto de um enunciado e às outras palavras.
Abaixo, relacionamos todos eles: substantivos, verbos, adjetivos, artigos, pronomes, numerais, advérbios, conjunções e interjeições. Esteja atento: a principal diferença entre eles é a maneira como se flexionam (mudam) para se adequarem ao contexto.
Substantivo
Substantivos dão nomes. Ou seja, eles nomeiam seres, lugares, conceitos e outros. Sofrem flexão de gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).
Os substantivos podem ser classificados em uma série de categorias. Vamos listá-las abaixo, mas recomendamos que você estude como cada uma delas se comporta, já que a explicação que apresentamos deve ser breve para que este artigo não se torne muito longo:
- substantivos simples — formados por uma única palavra. Exemplo: carro, casa;
- substantivos compostos — formados por mais de uma palavra. Exemplo: guarda-chuva;
- substantivos primitivos — que não se originam de outra palavra. Exemplo: carta, carro;
- substantivos derivados — que se originam dos primitivos. Exemplo: carteiro (carta), carreata (carro);
- substantivos comuns — nomeiam seres de forma genérica. Exemplo: garoto, gato, cachorro;
- substantivos próprios — nomeiam seres específicos. Exemplo: Carlos, Belinha, Rex.
Verbo
Na maior parte das vezes, os verbos indicam ações. Mas também podem nomear fenômenos, estados da natureza e outros. O estudo dos verbos é muito longo, e na Língua Portuguesa eles são as classes gramaticais com o maior número de flexões.
Assim, é possível encontrar verbos regulares, irregulares, principais, auxiliares, anômalos, defectivos, de ligação, impessoais, unipessoais, abundantes, essenciais, acidentais etc.
O estudo dos verbos, justamente por essa pluralidade de sua aplicação, é mais complexo. Por exemplo, eles são os responsáveis pela caracterização do discurso direto e indireto e regulam o uso dos advérbios.
Adjetivo
Os adjetivos modificam os substantivos, já que conferem a eles características, aspectos, qualidades ou estados. Por sua ligação com aquela classe gramatical, os adjetivos sempre se flexionam para se adequarem aos substantivos. Veja alguns exemplos:
- Carlos é bonito.
- Joana, Lúcia e Vanda são bonitas.
Os adjetivos podem se dividir em simples, compostos, primitivos, derivados, biformes, uniformes e pátrios. São tão flexíveis quanto os substantivos, flexionando-se em gênero, número e grau.
Artigo
Os artigos, assim como acontece com os adjetivos, também se relacionam com os substantivos. Eles determinam ou indeterminam aquelas classes gramaticais, sendo flexíveis em gênero e número.
Muitas vezes, aliás, são os artigos que definem o gênero dos substantivos (como em “o policial” e “a policial”). É possível encontrar artigos definidos (o, a, os, as) e indefinidos (um, uma, uns, umas).
Pronome
Via de regra, os pronomes substituem os substantivos em uma frase:
- Carlos deu folga a toda a sua equipe.
- Ele deu folga a toda a sua equipe.
- Márcia decidiu comprar mais presentes para o Natal.
- Ela decidiu comprar mais coisas para o Natal.
Os pronomes são divididos em diversas categorias, de acordo com o lugar que ocupam na frase ou com o sentido que atribuem a um substantivo (caso dos pronomes adjetivos, meu, minha, sua, seu, dele, este etc).
Os pronomes dividem-se principalmente entre caso reto e oblíquo, mas também podem ser de tratamento, possessivos, relativos, demonstrativos e indefinidos.
Numeral
Os numerais dividem-se em cardinais (um, dois), ordinais (primeiro, segundo), multiplicativos (duplo, triplo), fracionários (meio, terço) e coletivos (dúzia, cento, quinzena).
Advérbio
Os advérbios são identificáveis por modificarem outro advérbio, um verbo ou um adjetivo. Sua classificação é extensa: podem ser de lugar, tempo, modo, afirmação, intensidade, dúvida, negação, exclusão, inclusão e ordem.
Preposição
As preposições têm como função estabelecer relações de sentido entre os termos de uma oração. São exemplos dessa classe gramatical: “a”, “após”, “como”, “acima de” e inúmeras outras.
Conjunção
Conjunções são palavras como “nem”, “mas”, “porém” e outras que ligam um ou mais termos em uma oração. Em alguns casos, a conjunção pode ligar, também, duas orações:
- Lívia recebeu o chamado, mas não compareceu.
- Roberto não quis comentar o assunto, nem respondeu aos telefonemas.
Interjeição
As interjeições exprimem emoções, e normalmente são seguidas do ponto de exclamação. Veja alguns exemplos abaixo:
- Ah!
- Oba!
- Viva!
- Vamos!
Como usá-las na escrita?
Como você deve ter percebido, há classes gramaticais variáveis e invariáveis. Essa divisão é uma ótima via de entrada para os seus estudos. Por exemplo, você pode começar a estudá-los assim:
- classes gramaticais variáveis: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral e verbo.
- classes gramaticais invariáveis: advérbio, conjunção, preposição e interjeição.
Ter essas referências guardadas na memória ajuda a não cometer os erros de concordância verbo-nominais, por exemplo. Esses erros estão entre os problemas que mais tiram pontos dos redatores menos experientes nas provas do Enem. Que tal usar este post como um guia para aprofundar os seus estudos a respeito das classes gramaticais?
Outra ótima forma de continuar estudando é ler, agora, sobre o uso dos porquês e suas regras, já que cada um deles pertence a uma classe gramatical diferente. Não deixe de ler!