Estudar para o vestibular é um momento tenso, sim, mas que também traz alguns conhecimentos que a gente absorve para o resto da vida. Temos enquanto exemplo a compreensão sobre o autor português Fernando Pessoa e as principais obras produzidas por ele. Uma literatura da melhor qualidade, com trechos usados até hoje, como “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” e “Tenho em mim todos os sonhos do mundo”.
O autor é considerado um dos poetas mais importantes da língua portuguesa. Por isso, é muito comum que Fernando Pessoa e suas principais obras sejam tema recorrente de questões de diversos vestibulares, assim como no Enem, sobretudo na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
Por isso, aqui no blog da Vestibulares, nós vamos relembrar diversos pontos essenciais sobre o poeta, que também foi tradutor, crítico literário, empresário, comentarista político e astrólogo. Além disso, você confere informações importantes sobre suas principais obras e os famosos heterônimos do autor.
Quem foi Fernando Pessoa
Pessoa nasceu em Lisboa, Portugal. Com cerca de cinco anos, seu pai faleceu, vítima de tuberculose. A mãe precisou vender os móveis da casa e viver de forma mais modesta. Porém, quando Fernando Pessoa tinha oito anos, a mãe casou-se novamente, e eles mudaram-se para Durban, na África do Sul. Lá, ele acaba recebendo educação britânica e tornou-se um dos primeiros alunos da sala.
Pessoa perdeu dois irmãos do primeiro casamento da mãe e isolou-se, pois tinha que dividir a mãe com o padrasto e os filhos desse segundo casamento. Assim, passava muito tempo escrevendo — desde a adolescência, já tinha alguns heterônimos.
Por ter sido educado em inglês, seus primeiros poemas começaram a ser escritos nessa língua, assim como alguns contos. Esse conhecimento foi importante também para torná-lo tradutor de algumas grandes obras, como O corvo, de Edgar Allan Poe. Inclusive, alguns dos autores que Fernando Pessoa mais lia eram Poe, Shakespeare, John Milton, Lord Byron e John Keats.
O português terminou seus estudos na África do Sul e retornou a Portugal para viver com a avó e as tias. Nessa fase, trabalhava como tradutor e correspondente estrangeiro e passou a interessar-se por autores portugueses. Até então, Fernando Pessoa escrevia principalmente em inglês. Foi com a revista modernista “Orpheu”, em 1915, que seus heterônimos passam a ser publicados de fato.
Para muitos críticos literários, Pessoa, junto a seus heterônimos, foi um dos grandes poetas da literatura mundial, não apenas portuguesa. Com destaque para a criação de heterônimos que tinham personalidades totalmente distintas. Fernando Pessoa escrevia biografias inteiras para eles!
Fernando Pessoa e as principais obras
Ler e entender as principais obras de Fernando Pessoa pode dar a você uma margem de tranquilidade no vestibular e no Enem. A seguir, revelamos um pouco mais sobre os livros mais famosos do autor!
O marinheiro
Esta obra é assinada pelo próprio Fernando Pessoa. Trata-se de um dos mais raros textos dramáticos do português, fazendo referências a sonhos, a lugares e a vidas imaginadas que se tornam presentes principalmente por conta da força da palavra de quem os cria e de quem ouve falar deles.
Esta, que é uma das principais obras de Fernando Pessoa, acaba sendo permeada de um lirismo sugestivo, como elementos da narrativa cheios de pausas e de reticências. Também está presente a sensação de irrealidade, que acompanha toda a leitura, como se uma nuvem encobrisse as cenas. Uma curiosidade é que há ausência de marcação do tempo histórico em O marinheiro para causar essa sensação de sonho.
Mensagem
Para muitos estudiosos, Mensagem é a principal obra do português, assinada por ele próprio. O livro é uma coletânea de poemas que falam sobre os grandes personagens históricos de Portugal. Este livro de Fernando Pessoa foi, também, o único a ser publicado enquanto ele estava vivo.
O autor buscou falar, com lirismo, sobre a necessidade de provocar, de lutar contra as contrariedades, de não ter receio de ir contra a corrente e de defender aquilo que acredita ser justo. Por isso, o verso tão famoso: “Para passar o Bojador, há que passar além da dor”.
A obra tem muito simbolismo: Pessoa descreve a Europa como o corpo de mulher. Estando estendida, o seu cotovelo direito seria a Inglaterra e o esquerdo, a Itália. Assim, Portugal seria o rosto dessa mulher.
O livro do desassossego
Falar de Fernando Pessoa e as principais obras sem mencionar esta é quase um crime! Assinado pelo heterônimo Bernardo Soares, é escrita em prosa poética e faz reflexões sobre fatos do cotidiano, como a morte e o tédio. Na verdade, o autor sente angústia e não sabe o que fazer com o fato de estar vivo. Detalhe: a primeira versão foi editada somente em 1982!
Poemas de Álvaro de Campos
Álvaro de Campos é o heterônimo mais cheio de energia de Fernando Pessoa. Neste livro de poemas, que já é de domínio público, são reveladas sensações de tédio que despertam a necessidade de novidade e também o fascínio pelo futuro.
O banqueiro anarquista
O paradoxo aqui já começa no título: como um banqueiro pode ser anarquista? A obra é o único conto que Pessoa publicou em vida e passa-se durante um diálogo do banqueiro, que se diz anarquista, com o amigo, que faz as vezes de narrador.
Os principais heterônimos de Fernando Pessoa
Apesar de falarmos um pouco sobre quatro deles, Pessoa criou cerca de 70 heterônimos ao longo de sua vida, começando muito cedo, logo que se mudou para África do Sul. Veja o que é preciso saber dos mais conhecidos!
- Álvaro de Campos: engenheiro de educação inglesa, começou suas obras falando do decadentismo e logo retratou o futurismo. É pessimista e critica a velocidade das mudanças.
- Ricardo Reis: médico, com preferências monarquistas e um apreciador da cultura clássica. É racional em suas obras e valoriza a vida campestre. Acredita que a sabedoria vem do equilíbrio dos sentidos.
- Alberto Caeiro: apesar de só ter recebido educação primária, suas obras são fortemente influenciadas por questões filosóficas mais complexas. Ou seja, o verdadeiro conhecimento pode vir de forças mais sensitivas.
- Bernardo Soares: considerado um semi-heterônimo, porque não faz parte da personalidade de Pessoa e, sim, “da mutilação” dela. Bernardo teve uma vida simples, foi um ajudante de guarda-livros.
A genialidade do autor português passa pela criação dos heterônimos que têm formas distintas de escrever. Cada um dos heterônimos tem sua própria biografia e voz. É como se o autor português se dividisse em vários, sem perder a qualidade literária.
Estudar Fernando Pessoa e suas principais obras (e seus heterônimos) é básico para o vestibular e Enem porque são parte essencial do Modernismo português. Não é à toa que foram traduzidas para diversos idiomas e seguem sendo estudadas até hoje! Ah, e para mandar bem nas provas, não deixe de consultar a Trilha do Enem e ver como está seu desempenho.
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