Veja como fazer a transferência do Fies

garota de mochila laranja e segurando livros

A transferência do Fies se destaca como uma oportunidade única para estudantes que buscam acessar o ensino superior em um cenário em constante evolução.

O Fies se tornou nos últimos anos um recurso para aqueles que buscam ampliar suas perspectivas acadêmicas e profissionais. Ao oferecer condições acessíveis de pagamento, o programa promove a inclusão social e a igualdade de oportunidades.

Mas e se o estudante quiser mudar de faculdade ou de curso, é possível manter o Fies? Neste texto, exploraremos os detalhes e benefícios da transferência, como funciona o financiamento e muito mais. Confira!

Como funciona o financiamento estudantil no Brasil?

O FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) é um programa do governo para ajudar estudantes a financiar seus estudos em instituições de ensino superior privadas. Ele oferece empréstimos com taxas de juros baixas e prazos flexíveis de pagamento, facilitando o acesso à educação.

O financiamento se tornou uma grande oportunidade para aqueles que não conseguiram acesso a uma universidade pública, além de não terem condições de arcar com as mensalidades integralmente.

Para se inscrever no Fies, os estudantes precisam atender a certos critérios, como renda familiar per capita nos limites estabelecidos. Além disso, precisa ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) com uma nota mínima, entre outros requisitos específicos do programa.

Após o processo de inscrição no FIES, o estudante terá o financiamento para cobrir total ou parcialmente as mensalidades do curso superior. Durante o período de estudos, o estudante paga apenas os juros do financiamento, trimestralmente. Será apenas depois da conclusão do curso e um período de carência que o aluno começa a pagar o financiamento em parcelas mensais.

Criado em 1999, o Fies passou por algumas mudanças ao longo dos anos, incluindo ajustes nos critérios de elegibilidade, taxas de juros e condições de pagamento. Portanto, é sempre importante os interessados verificarem as informações mais atualizadas nos órgãos responsáveis pelo programa, como o Ministério da Educação.

mão segurando celular com tela no app do fies com caderno ao fundo
O FIES pode ser usado para cobrir custos totais ou parciais da faculdade

Consigo fazer a transferência do Fies para outro curso ou faculdade?

É possível fazer a transferência do Fies, mas existem algumas condições e procedimentos a serem seguidos. A mudança só é possível se o novo curso e a nova faculdade forem reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC) e participarem do programa. Este é o primeiro passo!

Mas antes de iniciar o processo de transferência, é necessário obter a aprovação da instituição de destino, que deve estar ciente e concordar em receber o estudante com financiamento. 

Em alguns casos, pode ser necessário passar por uma avaliação de crédito educativo para transferir as disciplinas já cursadas para o novo curso. Isso garante o aproveitamento máximo dos estudos já realizados.

O estudante também deve estar com sua situação regular perante o programa, sem pendências financeiras ou acadêmicas que impeçam a transferência. Por fim, a mudança envolve a realização de procedimentos administrativos junto à instituição de origem e a de destino, bem como a atualização de dados junto ao sistema do Fies.

A transferência de financiamento estudantil pode variar conforme as políticas de cada instituição de ensino e as diretrizes estabelecidas pelo próprio programa. Portanto, é recomendável entrar em contato com a instituição de destino e com a central de atendimento do financiamento para obter orientações específicas sobre esta portabilidade de crédito estudantil.

Qual é o impacto do Fies na educação superior?

O financiamento mudou positivamente a educação superior no Brasil ao longo dos anos. Em primeiro lugar, o programa facilita o acesso de estudantes de baixa renda às faculdades privadas, ampliando as oportunidades de formação.

Caso não fosse o Fies, uma certa parcela da população não teria condições de arcar com os custos das mensalidades. Então, ao oferecer financiamento com taxas de juros mais baixas e condições favoráveis de pagamento, o programa contribui para a democratização do ensino superior no país.

O programa também ajuda a reduzir as desigualdades sociais ao possibilitar que estudantes de diferentes origens socioeconômicas tenham acesso à mesma qualidade de ensino superior.

Por outro lado, o Fies também aumenta da competitividade das instituições privadas. O financiamento aumenta a competitividade no mercado educacional e possibilita o crescimento e a expansão de suas atividades. 

moça sorridente digitando
O FIES abre espaço para mais pessoas terem acesso à educação

O Fies melhora o acesso à educação e reduz desigualdade social?

O acesso mais democrático à educação contribui para a redução da desigualdade social no Brasil. Isso é o que mostra um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OECD. A pesquisa apontou que o ensino superior garante no país uma remuneração 144% acima dos que tem apenas o ensino médio.

O Fies permite que estudantes de baixa renda tenham acesso a instituições de ensino superior privadas, ampliando as oportunidades de educação. O programa oferece empréstimos com taxas de juros baixas e prazos flexíveis de pagamento, tornando mais acessível o financiamento dos estudos para os alunos beneficiários do Fies. Isso reduz as barreiras financeiras que impedem muitos jovens de frequentar o ensino superior.

Ao possibilitar que estudantes de diferentes origens socioeconômicas tenham acesso à mesma qualidade de ensino superior, o Fies permite que alunos de todas as classes sociais possam buscar uma formação acadêmica e qualificação profissional.

Quais as políticas governamentais para financiamento estudantil?

Além do Financiamento Estudantil, existem outras políticas governamentais relacionadas ao acesso de estudantes nas universidades brasileiras. Confira abaixo os principais programas.

Prouni

Também voltado para instituições privadas, este programa oferece bolsas de estudo integrais e parciais para estudantes de baixa renda. Para concorrer a este subsídio para estudantes, é preciso ter cursado o ensino médio em escolas públicas ou como bolsistas integrais em escolas particulares.

O Prouni é uma alternativa ao Fies, pois fornece bolsas de estudo que não precisam ser pagas posteriormente. Para se ter uma ideia da importância desde programa, em 2024 mais de um milhão de alunos fizeram a inscrição no programa.

Sistema de Seleção Unificada (Sisu)

Embora não seja um programa de financiamento estudantil, o Sisu é uma política governamental que permite aos estudantes concorrerem a vagas em instituições públicas de ensino superior. As vagas são definidas com base na nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Ao facilitar o acesso a universidades públicas, o Sisu ajuda a reduzir a necessidade de financiamento para estudantes de baixa renda. A seleção recebeu, na única edição realizada em 2024, mais de 1,2 milhão de candidatos inscritos. Essa foi a maior taxa de participação desde 2017, segundo o MEC.

Programa de Financiamento Estudantil (P-Fies)

Além do FIES tradicional, o governo também implementou o P-Fies. Ele é uma modalidade na qual os financiamentos são concedidos por instituições financeiras privadas, com recursos de fundos constitucionais e de desenvolvimento.

Essa modalidade visa ampliar as opções de financiamento para universitários que não se enquadram nos critérios do Fies convencional.

Bolsa Permanência

Este programa oferece auxílio educação para pessoas de baixa renda matriculados em instituições federais de ensino superior. O auxílio é destinado a cobrir despesas como alimentação, transporte e material didático, permitindo que os estudantes mantenham seu foco nos estudos.

estudantes em fila de refeitório de faculdade
A bolsa permanência ajuda a cobrir despesas, como alimentação

Quais os critérios e elegibilidade para o Fies?

Estes temas podem variar ao longo do tempo e são estabelecidos pelas normas do programa. Como dissemos, o governo atualiza de tempos em tempos as regras para adesão ao financiamento.

O candidato deve ter uma renda familiar per capita de até três salários mínimos para se qualificar para o financiamento. Esse limite pode variar de acordo com as regras do programa e com a modalidade do FIES.

É necessário ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e obtido uma média mínima de pontuação estabelecida pelo programa. Geralmente, a pontuação mínima pode variar de acordo com a concorrência e a disponibilidade de vagas.

Atualmente, pode se inscrever no processo seletivo o candidato que participou do Enem, a partir da edição de 2010 e tenha obtido média das notas nas provas igual ou superior a 450 pontos e nota superior a zero na redação. 

O candidato também deve estar matriculado em um curso de graduação reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação) e em uma instituição de ensino superior cadastrada no Fies. Além disso, é importante que o estudante não tenha diploma de curso superior e esteja regularmente matriculado no curso para o qual deseja obter o financiamento.

O candidato não pode ter histórico de inadimplência em programas de financiamento estudantil anteriores, como o próprio FIES ou o ProUni. 

Como é o processo de inscrição e seleção no Fies?

O processo de inscrição e seleção no Fies ocorre em etapas, sendo a primeira delas avaliar os pré-requisitos e verificação de elegibilidade. Afinal de contas, antes de se inscrever, os estudantes devem verificar se atendem aos critérios do programa.

Se estiver tudo ok, o candidato deve acessar o sistema de inscrição online do Fies durante o período determinado pelo programa e preencher todos os dados solicitados de forma precisa e completa. Durante a inscrição, o estudante pode escolher até três opções de cursos/instituições para as quais deseja solicitar o financiamento.

Após o encerramento do período de inscrições, as informações fornecidas pelos candidatos são analisadas pelo sistema. Durante essa etapa, são verificados os dados acadêmicos, socioeconômicos e de desempenho no Enem.

Com base nos critérios estabelecidos pelo programa, os candidatos são classificados de acordo com sua pontuação no Exame e outros fatores determinantes. A seleção é automática pelo sistema, levando em consideração a disponibilidade de vagas e a demanda das instituições.

Depois disso, os candidatos selecionados recebem uma notificação indicando que foram pré-selecionados e devem acessar o sistema para confirmar sua participação. Nesta etapa, são fornecidas informações sobre os termos do contrato, incluindo taxas de juros, prazos de pagamento e demais condições.

Por fim, após a confirmação da participação e a contratação do financiamento, o estudante deve comparecer à instituição bancária responsável pelo Fies, no caso, a Caixa Econômica Federal. Lá, ele vai assinar o contrato de financiamento e, durante esse processo, são fornecidas orientações sobre os procedimentos de pagamento e demais obrigações do beneficiário.

placa da caixa econômica contra céu azul
A Caixa Econômica é uma das instituições que atendem o FIES

Como funciona a gestão de dívidas educacionais?

O primeiro passo na renegociação de dívidas Fies é entender completamente os termos e condições do empréstimo estudantil ou financiamento. Isso inclui a taxa de juros, o prazo de pagamento, as opções de amortização e quaisquer outras cláusulas relevantes do contrato.

Os alunos beneficiários do FIES precisam desenvolver um plano financeiro para garantir que possam cumprir com as obrigações de pagamento. Isso pode incluir a criação de um orçamento mensal, a identificação de fontes adicionais de renda e a priorização dos pagamentos do empréstimo.

É crucial fazer os pagamentos do empréstimo educacional no prazo estabelecido. O não pagamento ou pagamentos atrasados podem resultar em penalidades financeiras, como multas e juros adicionais, além de afetar negativamente o histórico de crédito do devedor.

Quando os alunos enfrentam dificuldades financeiras que os impedem de realizar os pagamentos conforme o contrato, o governo costuma lançar programas de renegociação. Em um deles, por exemplo, os descontos podem chegar a 99% do valor consolidado da dívida e reuniu mais de 1 milhão de estudantes.

Ao seguir essas, os beneficiários do financiamento podem evitar problemas e garantir um caminho mais tranquilo para o pagamento de seus empréstimos para graduação. 

Quais as taxas de juros do FIES e condições de pagamento?

As taxas de juros e as condições de pagamento do Fies podem variar conforme a modalidade do financiamento e as políticas do governo em determinado período. No entanto, existem algumas bases que estão sendo seguidas.

Uma delas é o chamado Fies 1, que oferece financiamento com taxa de juros zero para os estudantes cuja renda familiar per capita seja de até um salário mínimo e meio. Nessa modalidade, o estudante começa a pagar as parcelas do financiamento somente após a conclusão do curso, durante um período de carência do FIES, de 18 meses. O pagamento de parcelas FIES é mensal e calculado conforme a renda do beneficiário.

Já o Fies 2 opera com juros variáveis e é destinado a estudantes com renda familiar per capita de até três salários mínimos. Nessa modalidade, o estudante começa a pagar as parcelas trimestrais dos encargos educacionais durante o curso. Após a conclusão do curso, há um período de carência de 18 meses antes do início do pagamento do financiamento. As parcelas mensais são ajustadas de acordo com a renda do beneficiário. 

mão empilhando moedas ao lado de blocos com símbolo de porcentagem
O FIES pode ter taxas de juros variadas, conforme a categoria

Quais foram as mudanças recentes na legislação do FIES?

Recentemente, o governo lançou o Fies Social, programa para alunos de baixa renda financiarem até 100% das mensalidades. A partir do segundo semestre de 2024, os alunos que tiverem uma renda familiar per capita de até meio salário mínimo poderão pagar 100% dos gastos só após a formatura.

Antes disso, em 2019, o governo anunciou o fim do Novo Fies, que tinha sido implementado em 2017. Esse programa oferecia financiamento com base na nota do Enem, priorizando estudantes com melhor desempenho. O encerramento do Novo FIES representou uma mudança nas políticas de financiamento estudantil.

Tour pela prova do Enem

Agora, o programa teve várias alterações nas modalidades de pagamento, incluindo mudanças nas taxas de juros, prazos de carência e formas de amortização do financiamento. 

Outra mudança no período é sobre a redução de vagas e restrições de acesso. Em alguns períodos, o governo anunciou a redução do número de vagas disponíveis no Fies e a implementação de critérios mais rigorosos para acesso ao programa, como limites de renda familiar per capita e pontuação mínima no Enem.

O governo costuma realizar revisões periódicas das condições de elegibilidade para FIES , ajustando os critérios de renda familiar, desempenho no Enem e outras exigências para participação no programa. 

Qual a diferença do Fies e outros programas de financiamento?

Como trouxemos logo acima, além do Fies existem outras maneiras de entrar em uma universidade, seja pública ou privada. Dois modelos se destacam e são os mais concorridos pelos estudantes, como o Prouni e o Sisu.

Ao comparamos estes três programas de financiamento educacional, podemos chegar à conclusão de que o Fies tem como objetivo oferecer financiamento estudantil para estudantes de baixa renda cursarem o ensino superior em instituições privadas. Enquanto isso, o Prouni concede bolsas de estudo integrais e parciais em instituições privadas de ensino superior para estudantes de baixa renda.

Já o Sisu é um sistema que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior com base na nota do Enem, sendo uma forma de acesso à educação superior pública.

Em resumo, o Sisu é focado em universidades públicas, estaduais ou federais, enquanto o Prouni e o Fies são para instituições privadas. Já a diferença entre estes dois é que o Programa Universidade para Todos dá bolsa, parcial ou integral, reduzindo o valor da mensalidade. No Fies, o estudante está financiando todo o valor.

No Financiamento Estudantil, os critérios de elegibilidade incluem renda familiar per capita, desempenho no Enem  e matrícula em curso de graduação reconhecido pelo MEC. Já no Prouni, a elegibilidade envolve renda da família, assim como o Enem e o histórico escolar. No Sisu, o estudante só consegue entrar com o seu desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio.

pessoa segurando celular com tela do prouni com computador ao fundo
O Prouni envolve a renda familiar

Quais os desafios enfrentados por beneficiários do Fies?

A dificuldade financeira para arcar com o financiamento é um dos principais obstáculos do Fies. Muitos beneficiários vêm de famílias de baixa renda e podem enfrentar problemas financeiros para bancar os custos adicionais relacionados à vida universitária, além das mensalidades financiadas.

Além disso, administrar o orçamento de forma eficaz pode ser um desafio para os beneficiários do Fies, especialmente considerando as despesas com alimentação, transporte, materiais didáticos e outras necessidades durante o período de estudos.

Para se ter uma ideia, a inadimplência do financiamento aumentou nos últimos anos. De acordo com o governo, o valor das parcelas que já deveria ter recebido, mas não foram pagas, tem aumentado. Em abril de 2019, eram R$ 2,5 bilhões em valores devidos, o que aumentou para R$ 6,6 bilhões em 2021. Agora, ele já passa de R$ 11 bilhões.

Dependendo da modalidade do Fies, os beneficiários podem enfrentar taxas de juros variáveis e prazos de pagamento que podem aumentar o endividamento ao longo do tempo, especialmente se não houver planejamento financeiro adequado.

Além das questões financeiras, os estudantes que têm Fies podem enfrentar outros desafios, como o desempenho acadêmico.  Isso porque manter um desempenho acadêmico satisfatório é fundamental para seguir com o financiamento do Fies. Os beneficiários enfrentam o desafio de conciliar os estudos com outras responsabilidades, como o trabalho.

Aliás, o Fies tem um limite de prazo para a conclusão do curso, e os beneficiários podem enfrentar dificuldades para completar seus estudos dentro desse período. Isso acaba afetando o acesso a novos financiamentos ou programas de financiamento educacional.

Por fim, depois de formado, o estudante começa a pagar realmente o financiamento. A boa notícia é se ele conseguir um emprego, assim conseguirá arcar com a parcela. Por outro lado, alguns beneficiários podem enfrentar dificuldades para encontrar emprego após a conclusão do curso, o que torna o pagamento mais desafiador. 

Qual a análise de custo-benefício do financiamento estudantil?

É preciso avaliar os custos associados ao financiamento em relação aos benefícios que ele proporciona aos estudantes. Em primeiro lugar, o estudante deve apurar os custos do financiamento. Isso inclui as taxas de juros, encargos financeiros e quaisquer outros custos associados ao financiamento.

Os estudantes devem considerar cuidadosamente esses custos e entender como eles afetarão o valor total. Além disso, os benefícios do FIES incluem o acesso à educação superior, que pode abrir portas para melhores oportunidades profissionais. O Fies permite que os estudantes realizem seus sonhos acadêmicos e profissionais sem a necessidade de recursos financeiros imediatos.

A educação superior é considerada um investimento no futuro. Os estudantes devem analisar o retorno que esperam obter em termos de salário e oportunidades de carreira após a conclusão do curso. Assim, ele consegue comparar os custos do financiamento com o retorno futuro deste investimento.

Mas é essencial também considerar os riscos associados ao financiamento estudantil, incluindo a possibilidade de dificuldades financeiras futuras, desemprego ou subemprego após a conclusão do curso.

Depois desta análise de custo-benefício do financiamento estudantil, o estudante tem uma decisão pessoal e deve levar em consideração as circunstâncias individuais, assim como suas metas educacionais e profissionais.

garota olhando desanimada para papéis ao lado de calculadora
É importante considerar também os riscos do financiamento

Qual o papel das instituições financeiras no Fies?

Os bancos, principalmente a Caixa, desempenha um papel como intermediária na concessão e administração dos financiamentos estudantis. Eles são responsáveis por conceder os valores aos estudantes que atendem aos critérios.

Quando recebem os pedidos de financiamento, verificam a documentação necessária e aprovam os empréstimos de acordo com as políticas educacionais do governo e diretrizes do Fies. Além disso, a instituição financeira é responsável por calcular e cobrar os encargos, incluindo taxas de juros, seguros e outros custos relacionados. Elas informam os beneficiários sobre as condições de pagamento e os prazos para quitação das dívidas.

A missão do banco é administrar os contratos. Então, eles devem manter registros precisos das transações financeiras, atualizando informações sobre o saldo devedor e fornecendo suporte aos estudantes em questões relacionadas ao financiamento.

Quando o estudante tem dificuldades financeiras ou imprevistos, as instituições financeiras podem negociar condições especiais de pagamento. Além de prazos de carência temporária, o banco traz planos de amortização alternativos ou renegociação de dívidas.

As instituições financeiras devem garantir que os financiamentos estudantis sejam concedidos e administrados de forma eficiente e transparente. Por fim, precisam dar suporte aos estudantes ao longo do período de utilização do financiamento. 

Quais as perspectivas futuras do financiamento estudantil no Brasil?

Esta questão é sujeita a uma série de fatores, incluindo mudanças nas políticas governamentais, condições econômicas e demandas sociais. Mas programas de financiamento estudantil existentes costumam ser aprimorados e expandidos para atender a uma maior demanda por acesso.

Isso pode incluir ajustes nas condições de elegibilidade, taxas de juros e prazos de pagamento, visando tornar o financiamento mais acessível e sustentável para os estudantes.

Como existe desde 1999, o Fies já passou por várias mudanças. Assim como já teve o acesso facilitado, também já teve critérios mais rígidos. Em 2014, por exemplo, o governo federal dificultou o acesso ao financiamento.

É o Ministério da Educação que considera a introdução de novas modalidades de financiamento estudantil que atendam a diferentes perfis de estudantes. O Fies pode ser visto como um investimento no desenvolvimento econômico e social do país, com um foco crescente na formação de profissionais qualificados.

frente do ministério da educação
O MEC estuda novas possibilidades de financiamento

Uma perspectiva para o futuro é usar a tecnologia para a gestão eficiente do financiamento, com sistemas de informação e plataformas digitais que facilitem o acesso dos estudantes aos programas de financiamento. Além disso, a tecnologia pode simplificar os processos de inscrição e administração.

As perspectivas futuras do financiamento estudantil no Brasil dependem da capacidade do governo e da sociedade em enfrentar os desafios da educação superior.  Assim, o Fies garantirá que todos os estudantes tenham acesso a oportunidades de formação acadêmica e desenvolvimento profissional. 

Quais os impactos econômicos do Fies?

O financiamento estudantil permite que estudantes de baixa renda tenham acesso ao ensino superior, o que aumenta a demanda por cursos universitários e impulsiona o setor educacional. Isso gera um aumento no consumo de serviços educacionais e estimula investimentos em infraestrutura educacional, como construção e manutenção de universidades e faculdades.

Mas o Fies fortalece não apenas o setor educacional. Ao financiar a educação de estudantes de baixa renda, o programa contribui para o desenvolvimento do mercado de trabalho. Isso dá força à economia ao fornecer mão de obra mais qualificada e aumentar a produtividade e a competitividade das empresas.

Este acesso facilitado ao ensino superior por meio do Fies também reduz as desigualdades sociais e econômicas. Isso proporciona oportunidades iguais de educação para pessoas de diferentes origens socioeconômicas. Assim, o financiamento contribui para uma sociedade mais equitativa e inclusiva, além de promover o crescimento econômico sustentável.

O maior número de graduados no ensino superior no mercado traz um aumento na arrecadação de impostos sobre a renda e o consumo. Uma vez que os graduados tendem a ter salários mais altos e a consumir mais, isso contribui para o financiamento de políticas públicas.

Qual é a história e a evolução do Fies?

O Fundo de Financiamento Estudantil foi criado em 1999 pelo governo brasileiro. A iniciativa foi a de facilitar o acesso de estudantes de baixa renda ao ensino superior privado. Inicialmente, o Fies funcionava como um fundo de aval garantidor de empréstimos concedidos por instituições financeiras privadas aos estudantes.

Com o passar dos anos, o Fies passou por diversas reformas e mudanças em suas políticas e diretrizes, visando aprimorar o acesso e a gestão do financiamento estudantil. Uma das principais mudanças ocorreu em 2010, quando o governo federal assumiu a gestão direta do Fies, passando a ser o responsável pela concessão e administração dos financiamentos, bem como pela definição das condições de elegibilidade e dos critérios de financiamento.

Desde então, ele passa por ajustes em suas regras e regulamentos, incluindo alterações nos critérios de elegibilidade, taxas de juros, prazos de pagamento e modalidades de financiamento. O programa também tem enfrentado desafios relacionados à sustentabilidade financeira e à gestão eficiente dos recursos disponíveis. 

Qual a opinião de especialistas sobre o FIES?

Alguns especialistas elogiam o Fies por sua contribuição para o acesso à educação superior, especialmente para estudantes de baixa renda. Eles destacam o papel do programa na redução das desigualdades sociais e no desenvolvimento de recursos humanos qualificados para a economia.

Por outro lado, alguns especialistas levantam preocupações em relação à sustentabilidade financeira do Fies, apontando para o aumento do endividamento estudantil e os desafios na gestão eficiente do programa. Eles também destacam a necessidade de reformas e ajustes para garantir a equidade e a eficácia do financiamento estudantil.

O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, considera o problema do Fies é a falta de sustentabilidade orçamentária. “É um programa insustentável, que não entrega a qualidade da educação, simplesmente alimenta uma indústria de diplomas nos estabelecimentos privados”, diz Daniel para a Agência Brasil.

estudante decepcionada olhando carteira vazia
Alguns especialistas se preocupam com o endividamento estudantil

Confira casos de beneficiários do Fies!

O financiamento é a saída para ingressar em uma faculdade para milhares de estudantes que não teriam condições de fazer o ensino superior. Entretanto, ele pode se tornar o sonho ou até mesmo um pesadelo.

A Michele Pereira, por exemplo, se formou em administração no fim de 2015. O que seria um orgulho, virou uma enorme dor de cabeça. Em entrevista à BBC, ela conta que depois de formada, não conseguiu um emprego e as parcelas começaram a chegar.

“Venho da periferia e, até então, ninguém tinha ensino superior entre os meus familiares mais próximos. Achava que a universidade seria a minha chance de crescimento profissional e financeiro”, declara Michele à BBC News Brasil.

Por outro lado, um médico conseguiu na Justiça abater R$ 400 mil do Fies por ter trabalhado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), durante a pandemia. Conforme a Justiça, o médico pediu o abatimento relativo a 25 meses, alegando ter trabalhado como médico na linha de frente de enfrentamento da pandemia durante o período.

Na sentença, o juiz ressaltou que o direito ao desconto do saldo devedor a médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde que trabalharam no SUS durante a pandemia da Covid-19 estava previsto em lei.

Saiba também: no Stoodi, aprenda mais sobre o Fies!

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Faça Anhanguera com o Fies!

Você viu neste artigo as regras de transferência Fies e como é possível ser feita, tanto entre cursos como para faculdades. Além disso, contamos sobre a história do programa, os benefícios de fazer e como ele ajuda estudantes a entrar no ensino superior.

A Anhanguera aceita o financiamento estudantil e facilita o acesso do estudante pelo programa. A nota do ENEM é importante para entrar na Anhanguera usando o FIES. Quanto maior foi a sua nota, maiores são suas chances de ter o financiamento aprovado. A classificação é determinada pela pontuação no exame em sentido decrescente.

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