Sem dúvidas, a Língua Portuguesa é uma das matérias mais importantes no Enem e nos vestibulares. Entre os tópicos indispensáveis na revisão, estão os de morfologia, que englobam as classes gramaticais.
É importante lembrar que o estudo não é cobrado somente nas provas objetivas, mas também é avaliado na redação. Entre as dúvidas que costumam surgir entre os estudantes, nesse sentido, é em relação ao pronome relativo.
Pensando nisso, e tendo em vista a importância de estar preparado para os assuntos da linguagem, elencamos alguns tópicos explicativos sobre o tema. Neste post, você poderá conferir o conceito de pronome relativo, sua classificação e dicas de como estudá-lo.
Prepare seu caderninho de revisão e vamos lá!
O que são pronomes relativos?
Antes de entender o que são os pronomes relativos, é importante relembrar o que são pronomes e como essas palavrinhas são fundamentais para a construção das sentenças. Em linhas gerais, elas são responsáveis por representar os sintagmas nominais, evitando sua repetição no texto. Por exemplo:
- Pedro viajou. Ele foi para a Bahia.
- O Brasil é um país alegre. Isso não se discute.
- Comeu a torta que estava na geladeira.
Note que os pronomes em negrito substituem a palavra ou expressão anterior sublinhada. O pronome — relativo — se relaciona a um termo antecedente, melhorando a coesão textual.
Os pronomes relativos substituem os antecedentes e, ainda, exercem a função sintática desses termos na oração. Imagine que você poderia transmitir informações desta forma:
- Comprei o imóvel da pessoa. A pessoa é amiga de Felipa.
- Fui ao mar. As ondas me acalmam no mar.
- Essa é uma prova. Eu domino o conteúdo dessa prova.
Perceba como as frases não são compactas. De que maneira, então, poderíamos melhorar a coesão nesses exemplos? Usando pronomes relativos, teríamos:
- A pessoa de quem comprei o imóvel é amiga de Felipa.
- Fui ao mar, onde as ondas me acalmam.
- Essa é uma prova cujo conteúdo eu domino.
Para ficar ainda mais claro, confira a seguir os tipos de pronome relativo e como utilizá-los. Isso será muito útil para evitar um dos principais erros de Português na prova objetiva e na redação: os de concordância nominal.
Em qual matéria se estuda o assunto?
É na matéria de Língua Portuguesa que o aluno entenderá melhor os usos dos pronomes relativos e as suas funções gramaticais para aplicá-los corretamente na redação.
Nas aulas, o aluno ainda poderá entender melhor as diferentes classificações que auxiliam na busca pelo pronome mais adequado em cada oração.
Em linhas gerais, a subclasse de pronomes se divide em variáveis e invariáveis. Como o próprio nome indica, os variáveis sofrem flexão de número e gênero, enquanto os invariáveis permanecem inalterados.
- Variáveis: o qual/os quais; a qual/as quais; cujo/cujos; cuja/cujas; quanto/quantos; quanta/quantas.
- Invariáveis: são apenas três: que; quem; onde.
Exemplos práticos da aplicação dos pronomes relativos
O mau emprego dos pronomes relativos pode causar danos ao texto, tanto em relação à coesão quanto no que se refere à variação linguística empregada.
Isso porque o uso de preposições antes dos pronomes relativos vem caindo na modalidade coloquial, e palavras como cujo só são utilizadas em textos escritos mais formais.
Entenda a diferença de uma mesma frase que seria dita em uma conversação informal ou pronunciada em um discurso de formatura:
- Vocês são as pessoas que eu mais gosto.
- Vocês são as pessoas de que/de quem eu mais gosto.
É bastante comum que essa preposição seja esquecida na fala cotidiana. No Português padrão, os pronomes relativos são regidos de preposição conforme a função sintática que desempenham na frase.
Veja as preposições nas frases abaixo:
- Fui atendido por um funcionário. O funcionário era gentil. = O funcionário por quem fui atendido era gentil.
- Esse é um passado extinto. Ninguém se lembra dele. = Esse é um passado extinto de que/do qual ninguém se lembra.
Outro desvio em relação à norma culta que não pode aparecer na sua redação tem a ver com o uso de cujo e suas variantes.
Esse é um pronome que equivale à do qual, da qual, dos quais, das quais. Atenção ao uso correto, mostrado na primeira frase de cada sequência:
- Disse palavras confusas, cujo significado ninguém entendeu. = Ninguém entendeu o significado das palavras confusas que ele disse.
- As Olimpíadas, a cuja abertura assisti, trouxeram novas modalidades. = Assisti à abertura das Olimpíadas, que trouxeram novas modalidades.
Note que é preciso verificar o significado do pronome e a necessidade do uso de preposição para não errar na regência verbal. No segundo exemplo, o verbo é assistir. No sentido de presenciar, quem assiste, assiste a alguma coisa, certo?
Como estudar o tema para o Enem e vestibulares?
A morfologia, de modo geral, não é mais tópico das provas de forma explícita. Interessa mais ao candidato, atualmente, aprender os efeitos de sentido que o uso de uma ou outra forma provoca no texto.
Em todo caso, no Enem, como mencionamos, o assunto não aparece explicitamente em uma questão do caderno de Linguagens. Porém, seu emprego pode ser cobrado no conhecimento de usos da língua.
Essa tendência é seguida pelos vestibulares de todo o país, que optam por priorizar a avaliação da escrita dos candidatos.
O mais importante na hora de estudar esse conteúdo no seu plano de estudos para o Enem é ficar atento durante os momentos de leitura e perceber como essas palavrinhas são usadas em gêneros textuais diversos.
Nesse sentido, vale ler livros e fazer resumos. Afinal, a leitura é um caminho importante no estudo da língua, além de ajudar a entender a sociedade em diferentes épocas e lugares.
Os resumos ajudam a fixar o conteúdo estudado. Ouvir podcasts também pode ser uma boa maneira de utilizar as novas tecnologias para aprofundar o conhecimento em vários assuntos.
Procure notar como a linguagem é mais ou menos formal nesse tipo de conteúdo. Outra dica é fazer simulados. Embora não seja cobrado na prova esse tópico específico, vale a pena fazer exercícios em sites especializados, como o Trilha do Enem, para testar o conhecimento.
Por último, não deixe de praticar a escrita. Não há nada como a prática para levar à perfeição! Treine semanalmente a redação e procure, durante a escrita, escolher pronomes que deixem o texto mais elegante e objetivo.
Exemplo de exercício que cai na prova do Enem ou vestibular
Confira agora dois exemplos de questão sobre pronome relativo para arrasar na prova e, ainda, saber como melhorar a escrita!
Pronome relativo no Enem
(Enem 2014) Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma da língua em suas atividades escritas? Não deve mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo do dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo do dos cordelistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas.
POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 (adaptado).
Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber
A) descartar as marcas de informalidade do texto.
B) reservar o emprego da norma-padrão aos textos de circulação ampla.
C) moldar a norma-padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
D) adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
E) desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.
Resposta: D.
Pronome relativo no vestibular
(Faap-SP) Fazendo as alterações necessárias, encaixe a frase b na frase a, usando para isso um dos seguintes pronomes relativos: que, quem, o qual, cujo, onde.
a) Os candidatos à carreira diplomática apresentaram-se impecáveis no coquetel do embaixador.
b) Entre eles estava o seu noivo.
Resposta: A. Os candidatos à carreira diplomática, entre os quais estava o seu noivo, apresentaram-se impecáveis no coquetel do embaixador.
Tudo esclarecido até aqui? Agora é com você!
Sem dúvidas, entender a função e aplicação do pronome relativo é fundamental para se sair bem no Enem e no vestibular. Trata-se, afinal, de um tópico indispensável para atribuir fluidez e coesão aos textos. Nesse sentido, é interessante estudar o assunto das formas mais variadas possíveis, desde a resolução de exercícios até a prática da redação.
Agora que você já sabe o que é pronome relativo e como estudar esse assunto, não deixe de se inscrever no vestibular 2023 e dar o primeiro passo em direção ao seu futuro profissional!