Nem sempre o Estado foi laico. Durante muito tempo, a presença da Igreja Católica trouxe muitas implicações na política e economia mundial. E um dos momentos mais simbólicos disso foi o Cisma do Oriente, ocorrida no século XI.
O que foi esse fato? O que levou a ele? E quais os impactos que ele causou? Entenda tudo sobre o assunto de forma fácil e acerte as principais questões sobre o tema no Enem!
O que foi o Cisma do Oriente?
O Cisma do Oriente foi o rompimento oficial entre as Igrejas Católicas do Ocidente e Oriente, ocorrido no ano 1054. A partir disso, surge duas igrejas: aquela que era chefiada pela figura do Papa, em Roma (Ocidente) e aquela cujo líder era o patriarca, locado em Constantinopla (Oriente).
Ao longo dos anos, muitas divergências nas práticas católicas começaram a se intensificar e, por isso, havia muitos atritos entre essas duas instituições. Mas as motivações não foram só religiosas. Cabe lembrar que, no século XI, as instituições católicas tinham, também, um grande poder e havia uma disputa sobre esse ponto e, também, na área econômica.
O que levou ao Cisma do Oriente?
Antes do Cisma do Oriente, as Igrejas Católicas eram unificadas. Isso porque, pela estrutura trazida desde o Império Romano, elas podiam ter duas sedes: a do Ocidente, em Roma, e a do Oriente, em Constantinopla.
Contudo, a queda do Império Romano em 476, no Ocidente restou a estrutura que formou os feudos (e o início do Feudalismo). Já no Oriente, permaneceu a estrutura do Império Romano, transformando-se em Império Bizantino.
Nesse período, com as invasões bárbaras, o contato com outras culturas transformou as práticas do Ocidente, que começaram a divergir consideravelmente da Igreja do Oriente (ortodoxa), que estava se aproximando da cultura asiática e, também, bebendo de suas influências.
Quais foram as principais divergências que levaram ao Cisma do Oriente?
Uma questão bastante cobrada no Enem e vestibulares são os motivos pelos quais o Cisma do Oriente aconteceu. Vamos conhecer as principais a seguir:
- a presença do monofisismo, que era considerado heresia pela Igreja do Ocidente. Nessa perspectiva, Jesus Cristo tinha uma natureza diferente da de Cristo, divergindo do dogma da Santíssima Trindade;
- a iconoclastia, que era considerado, também, heresia pela Igreja do Ocidente. A Igreja do Oriente prezava a destruição dos ídolos religiosos, algo que ia contra a perspectiva adotada pela Igreja de Roma. Isso também aproximava a Igreja Oriental dos muçulmanos, que estavam próximos na região;
- desigualdades políticas e falta de alinhamento dogmático. Por exemplo, a Igreja do Oriente estava começando a assimilar perspectivas mais alinhadas com religiões asiáticas, o que prejudicava a influência da Igreja do Ocidente.
A ruptura aconteceu com a excomungação de Miguel Cerulário, que era patriarca de Constantinopla, que decidiu, portanto, decretar o Cisma do Oriente.
Quais foram os impactos do Cisma do Oriente?
O Cisma do Oriente proporcionou o surgimento de duas vertentes da Igreja Católica: a do Oriente, ou conhecida como Igreja Ortodoxa e a Apostólica Romana. Isso firmou a ruptura de um afastamento que já vinha acontecendo ao longo da história.
Tentativas de reunificação aconteceram posteriormente, nos Concílios Ecumênicos de 1274 e 1439. Contudo, isso nunca aconteceu e, principalmente, com a queda do Império Romano do Oriente em 1453, a partir da invasão dos turcos otomanos, esse assunto não voltou mais à tona.
O Cisma do Oriente foi um assunto importante para o período da Idade Média, principalmente, considerando a influência da Igreja Católica neste momento. Esperamos que esse breve resumo ajude você a mandar bem nas questões sobre o assunto no Enem e vestibulares.
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Perguntas Frequentes
Sim. Entre 1414 e 1418 ocorreu a situação na qual haviam três papas, da Igreja Católica Apostólica Romana reclamando o direito de ser Papa: Bento XIII (Avignon), João XXIII (Pisa) e Gregório XII (Roma).
A ideia do Concílio de Constança era, justamente, resolver a questão, que estava gerando um cisma na instituição e dividindo o poder político da Igreja Católica.
As tensões entre as práticas da Igreja Católica do Ocidente e do Oriente começaram já no final do Império Romano, como consequência das invasões bárbaras. A partir disso, a capital do Império Romano passou para o Oriente, para Constantinopla, formando o Império Bizantino. Isso aconteceu no século IV.
Desde então, as tensões constantes nas divergências dos dogmas católicos, influenciadas pelas proximidades de cada uma das vertentes com povos próximos da sua região, começaram a afastar as práticas, até sua ruptura final em 1054.
O Império Bizantino, berço da Igreja Católica do Oriente (Igreja Católica Ortodoxa) aconteceu no ano de 1453, a partir da queda de Constantinopla. Isso aconteceu a partir da derrubada do Império Bizantino pela invasão dos turco-otomanos.
Esse é um fato tão importante que simboliza o fim da Idade Média e o começo da Idade Moderna.