Os pontos fundamentais no estudo da Gramática, para quem está se preparando para entrar na faculdade, são a morfologia e a sintaxe, que envolvem a classificação dos termos e a função que exercem na oração: sujeito, adjunto adnominal, objeto direto, entre outros termos com os quais já deve ter esbarrado nos estudos.
Agora, é preciso relembrar que sujeito é um termo essencial da oração, ao lado do predicado. As frases, portanto, são compostas por sujeito e predicado. É importante ter isso em mente para evitar problemas com a concordância verbal. Neste texto, vamos focar nos tipos de sujeito para que você saiba como classificá-los e, o mais importante, de que forma fazer uso deles na produção escrita. Vamos lá?
Quais são os principais tipos de sujeito?
Temos o sujeito simples e o sujeito composto, classificados quanto à quantidade de “núcleos” ou palavras de “maior peso” na oração. Também há o sujeito determinado e o indeterminado, distinguíveis com base na identificação ou não de quem executa a ação verbal.
Ainda há o sujeito oculto ou desinencial, quando não aparece na oração, mas pode ser percebido pelo contexto. Há casos de orações sem sujeito, apenas com predicado.
A seguir, veremos melhor uma explicação de cada tipo de sujeito acompanhada de exemplos. Acompanhe!
Exemplos práticos da aplicação dos tipos de sujeito
Sujeito simples
Entre os principais tipos de sujeito (e os mais comuns) está o sujeito simples. Ele é constituído por um substantivo ou um pronome:
- Marta comprou uma casa — sujeito Marta, substantivo próprio;
- Tomate faz bem para o coração — sujeito tomate, substantivo comum;
- Ele vendeu o carro — sujeito ele, pronome pessoal;
- Isso é um absurdo — sujeito isso, pronome demonstrativo.
Outras palavras de classes gramaticais diferentes podem ocupar o lugar do sujeito, desde que substantivadas:
- guerrear é próprio do ser humano — sujeito guerrear, verbo;
- “não” é uma palavra forte — sujeito “não”, advérbio;
Em todos os exemplos mostrados, temos apenas uma palavra compondo o sujeito. E quando ele é formado por mais de uma palavra? Nesse caso, você precisa identificar o núcleo do sujeito, tanto para classificá-lo quanto para fazer a concordância do verbo.
Um dos erros mais comuns de Português na redação é concordar o verbo com a palavra mais próxima — e não com o núcleo do sujeito. Repare na relação entre sujeito e verbo nestas sentenças:
- a floresta de plantas nativas foram devastadas;
- a floresta de plantas nativas foi devastada.
Qual você marcaria como correta? Se optou pela segunda, acertou! O núcleo do sujeito é floresta; por isso, a concordância tem que ser feita com ele e não com o termo que o acompanha (de plantas), entendeu?
Sujeito composto
Outra possibilidade de composição do sujeito é quando ele apresenta dois ou mais núcleos. Isto é, pelo menos duas palavras têm peso maior, mais importância dentro do termo. Tirar uma delas provoca alteração de sentido na frase. Veja os exemplos:
- avião e trem são os melhores meios para viajar — sujeito com dois núcleos: avião e trem;
- saíram de casa Marcelo, André e Godô — esses três nomes próprios compõem o sujeito composto.
No último exemplo, note que a posição do sujeito está diferente: em vez de aparecer antes do verbo, ele veio depois (sujeito posposto) — e isso faz diferença na concordância verbal.
Sujeito determinado
Os dois casos apresentados até agora são exemplos de sujeito determinado. É possível saber quem executou (ou sofreu) a ação expressa pelo verbo. Ele pode estar explícito ou ser recuperado pela desinência verbal. Você consegue identificar o sujeito nestas frases?
- não sabíamos que a quarentena duraria tanto;
- que pena que perdi a hora do lanche!
Como os verbos apresentam desinência (-mos e -i), pode-se deduzir que os sujeitos são nós e eu (respectivamente). Nesse caso, ele está oculto, ou seja, escondido, mas podemos determiná-lo pela desinência.
Sujeito indeterminado
Ao contrário do que foi mostrado no tópico anterior, o sujeito indeterminado não indica o agente da ação verbal. Não se sabe — ou não se quer informar — quem realizou a ação:
- roubaram meu carro na esquina — quem roubou? Não sabemos;
- vive-se muito bem no interior — quem vive lá? Muitas pessoas, não vamos especificar.
Consegue perceber que é certo que existe um agente, mas não é possível defini-lo?
Sujeito oculto
O sujeito oculto também é chamado de desinencial, pois pode ser recuperado pela desinência verbal (conforme falamos antes). Ele não está expresso na frase, não foi dito, mas pode ser deduzido pelo contexto:
- pensamos em você — sujeito nós;
- o mercado está em alta. Mão desanime! — Sujeito você.
É preciso ter atenção, porém, para não confundir sujeito oculto e sujeito indeterminado. Apenas o contexto poderá eliminar a ambiguidade e orientar a classificação correta. Note a diferença:
- Pedro e seu amigo estavam correndo muito e [eles] provocaram um acidente — sujeito desinencial eles (Pedro e seu amigo);
- provocaram um acidente na estrada e o trânsito está engarrafado — nessa frase isolada, que poderia ser a manchete de uma notícia de jornal, o sujeito é indeterminado, não se sabe quem provocou o acidente.
Porém, observe a mesma frase num contexto maior:
- Ana e Pedro andavam com o carro em alta velocidade. Infelizmente, provocaram um acidente na estrada e o trânsito está engarrafado.
No contexto, o verbo “provocaram” teria sujeito oculto e determinado (Ana e Pedro). A segunda frase é a mesma, mas o contexto mudou tudo!
Sujeito inexistente
Na verdade, a nomenclatura correta é oração sem sujeito. Nesse caso, a frase só tem predicado. Isso ocorre, geralmente, com verbos impessoais na 3.ª pessoa do singular. Veja os casos de oração sem sujeito a seguir:
Verbo haver
Quando está no sentido de existir, o verbo haver não se flexiona:
- há pedaços de papel no chão;
- havia muitas guerras naquela época;
- haveria maneiras de resolver o problema?
Logo, construções do tipo “haveriam maneiras…” ou “haviam muitas guerras…” não estariam corretas nas frases acima.
Em todos os exemplos, é possível substituir o verbo haver por existir. Nesse caso, a concordância é feita normalmente:
- existem pedaços de papel no chão;
- existiam muitas guerras naquela época;
- existiriam maneiras de resolver o problema?
Verbo fazer
O verbo fazer e outros como passar, ser e estar, quando indicam tempo, também são impessoais, ou seja, ninguém exerce a ação e, logo, não levam concordância. Observe:
- faz cinco meses do início da pandemia (sendo incorreto escrever “fazem cinco meses…”);
- está calor.
Verbos que indicam fenômeno da natureza
Chover, ventar, nevar, gear, amanhecer e semelhantes ficam no singular quando se referem a fenômenos meteorológicos:
- venta muito à noite;
- anoiteceu e a rua ficou vazia.
Em qual matéria se estuda o assunto?
Os tipos de sujeito são estudados em Língua Portuguesa. Isso ocorre na área de gramática, em sintaxe.
Como estudar o tema para o Enem e vestibulares?
Existem dicas muito úteis para estudar tipos de sujeito para o vestibular ou Enem. Veja:
- busque materiais gratuitos ou pagos que complementem os seus estudos. Por exemplo, vídeos sobre o tema em canais do YouTube, cursinhos pré-vestibulares, cursos específicos de português ou redação.
- tente resolver provas anteriores do exame que você pretende prestar. Isso vai deixar você mais familiarizado sobre como o tema pode aparecer. No site do Inep, há uma página com todas as provas antigas do Enem;
- faça também simulados de português;
- procure o maior número de exemplos que puder;
- tente identificar os tipos de sujeitos em frases lidas em notícias, livros, posts nas redes sociais, e-mails, etc.
Exemplo de exercício que cai na prova do vestibular ou Enem
Para que você já se familiarize com a forma como o tema pode ser cobrado no vestibular ou Enem, selecionamos um exemplo de questão de uma prova da UNIRIO. Veja:
Em: “na mocidade, muitas coisas lhe haviam acontecido”, temos oração:
- a) sem sujeito;
- b) com sujeito simples e claro;
- c) com sujeito oculto;
- d) com sujeito composto;
- e) com sujeito indeterminado.
A resposta é a alternativa “b”, pois o sujeito da oração é “muitas coisas“.
Pronto para o Enem?
Saber os tipos de sujeito é válido tanto para ajudar nas provas quanto para melhorar o texto, evitando erros de português e de redação que podem levar à perda de pontos no Enem e nos vestibulares.
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